Febre oropouche: como reconhecer o maruim, principal vetor da doença
Até o dia 28 de julho, o Brasil registrou 7 mil casos de febre Oropouche. Para o Ministério da Saúde, os números já configuram um surto.
Até o dia 28 de julho, o Brasil registrou 7 mil casos de febre oropouche. Para o Ministério da Saúde, os números já configuram um surto.
Já foram confirmadas duas mortes pelo vírus, além de um óbito fetal com transmissão vertical, quando o vírus passa da gestante para o feto. Também estão sendo investigados outros casos de transmissão vertical, que podem ter causado morte de fetos e má formações, como microcefalia.
O aumento de casos chama atenção para um inseto pouco conhecido pela população, o Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Apesar de este ano não ter sido capturado para investigação, desde a década de 1980 o Culicoides paraensis é identificado como principal vetor da febre oropouche.
Qual a origem do maruim?
Ele foi registrado pela primeira vez em 1908, no Pará, por isso o nome Culicoides paraensis. Esse mosquito pode ser encontrado em toda a América, desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina.
No Brasil, só foi registrado em 15 estados, mas acredita-se que esteja presente em todas as regiões.
Para sua reprodução, o maruim precisa de um habitat úmido, com sombra e matéria orgânica. Por isso, quem mora próximo a rios, manguezais e cachoeiras tem uma possibilidade maior de encontrá-lo, ou ainda em áreas urbanas próximas a regiões rurais.
É importante ressaltar que o maruim não é um vetor urbano como o Aedes aegypti.
Como identificá-lo
O maruim é um inseto muito pequeno com uma picada dolorosa. Ele possui uma cor acinzentada ou castanho-claro e asas curtas e largas, bem diferente do Aedes aegypti ou outros mosquitos.
Como evitar a reprodução
É imprescindível manter os ambientes limpos de matérias orgânicas, como folhas e frutos caídos de árvores.
A matéria orgânica em decomposição é o local ideal para a fêmea da espécie colocar seus ovos.
Proteja-se
Diferente do Aedes, repelentes e inseticidas não são eficazes contra o maruim, pois ele é de uma família totalmente diferente.
A melhor forma de prevenir a picada é evitar atividades ao ar livre no horário de maior atividade da espécie, no fim da tarde. Entretanto, o maruim pode picar em outros períodos do dia.
Opte por calça comprida, blusas de manga longa e sapatos fechados. Ao invés do repelente, use óleo corporal se precisar realizar atividades em áreas infestadas. Se decidir usar telas, opte por telas de malha fina, que são tão efetivas quanto fechar a janela.