Sol, calor e... dor de cabeça! Entenda por que é mais comum ter crises de enxaqueca no verão
O calor pode ser um gatilho para crises de enxaqueca. Isso acontece por motivos como desidratação, fotofobia e dilatação dos vasos sanguíneos
O verão começa oficialmente neste sábado (21) no Brasil. É uma temporada celebrada por aqueles que adoram sol e praia, mas também é uma época favorece episódios de dor de cabeça. Para quem convive com enxaqueca, esse período oferece gatilhos (exaustão, insolação e desidratação, além de outros) que podem aumentar as crises, o que atrapalha a rotina.
O neurologista Eduardo Aquino, coordenador da emergência neurológica do Hospital Pelópidas Silveira (HPS), explica o motivo e dá dicas de como evitar esses episódios que trazem instantes dolorosos e incapacitantes para quem sofre desse mal.
A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça que tem características próprias: é uma dor normalmente latejante ou pulsante, que é acompanhada de alguns sintomas, como intolerância a barulho, claridade ou cheiro, náusea e vômito. É uma dor de cabeça que se repete várias vezes durante o mês e acomete, principalmente, as mulheres.
De acordo com Eduardo, a chegada do verão é um período crítico para quem sofre de enxaqueca, pois há dois gatilhos importantes para o surgimento das crises.
"Primeiro, o aumento do calor, que nos faz suar mais, perder mais líquidos e, consequentemente, nós desidratamos mais facilmente."
O segundo ponto é o aumento da luminosidade. O próprio brilho da luz solar pode desencadear a dor de cabeça. Esse pode ser um caso de fotofobia, ou a sensibilidade anormal à luz, um sintoma bastante comum relatado em quase todas as formas de enxaqueca.
"No verão, temos mais horas de exposição ao sol e isso, para o enxaquecoso, é bastante difícil, pois o cérebro desse indivíduo sofre com o excesso de luminosidade no ambiente", acrescenta o neurologista, que é especialista em cefaleia.
Como prevenir as crises de enxaqueca
Ele orienta que as pessoas com enxaqueca devem fazer uso de óculos escuros, chapéu/boné e tentar evitar o sol nos horários mais intensos. Além disso, manter a hidratação com o consumo de bastante água.
"Também é importante tentar se conhecer melhor e observar se há um gatilho alimentar ou ambiental causador das suas crises. Ou seja, será que, quando eu vou ao sol, tenho crise? Será que tenho enxaqueca quando como determinado alimento, para poder evitá-lo? O autoconhecimento irá ajudar a evitar possíveis episódios", frisa.
O neurologista reforça ainda a importância de procurar um especialista para ter uma abordagem de tratamento e prevenção que controle os sintomas, a fim de alcançar qualidade de vida.
Confraternizações de fim de ano
As festividades de dezembro também podem desencadear crises de enxaqueca, devido à mudança na rotina, privação de sono, aumento de consumo de álcool e alimentos que não fazem parte da dieta habitual, como os queijos amarelos, a exemplo do queijo do reino.
"Esse combo também é um prato cheio para uma crise de enxaqueca. Mas, tendo conhecimento, se hidratando corretamente e, consequentemete, tomando o cuidado necessário, dá para aproveitar o mês e viver o fim do ano e o verão sem enxaqueca", esclarece Eduardo Aquino.
As reflexões que o período gera também são outro fator de risco para as crises. "O final do ano é um período de refletir, fazer uma revisão do ano que passou. Também há um impacto pelo medo do futuro, da melancolia e lembrança pela perda dos entes queridos que já foram. Todo esse caldeirão leva ao aumento da enxaqueca em dezembro", diz.