Os recentes ataques neonazistas em escolas no País acenderam um alerta nos Estados para que novos casos não se repetiam. Em Pernambuco, o governo estadual diz que está atento aos casos de violência e que mantém programas de prevenção.
O caso mais grave de violência aconteceu em Aracruz, no Espírito Santo. Um adolescente de 16 anos usou a arma de fogo do pai para invadir e atirar em estudantes e funcionários de duas escolas - uma estadual (onde ele havia estudado) e uma particular, no dia 25 de novembro. Após a ação, quatro pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas. Em depoimento, o adolescente disse que se preparou por meio de vídeos no Youtube.
No Distrito Federal, a Polícia Civil conseguiu identificar e apreender um garoto de 16 anos que estaria planejando um massacre em escolas de Sobradinho. Perfis usados pelo suspeito, em redes sociais, estavam fazendo ameaças aos alunos de dois colégios. A apreensão foi no dia 29. No mesmo dia, em Minas Gerais, uma escola pública foi depredada e pichada com o nome de Hitler e mensagens nazistas.
Ao longo do ano, estudantes e funcionários de algumas escolas públicas de Pernambuco foram surpreendidos com ameaças. Mas, felizmente, nenhuma se concretizou. Em maio, alunos da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Professor Trajano de Mendonça, no bairro de Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife, chegaram a faltar aula, por alguns dias, após postagens de ameaças de "massacre" publicada numa rede social.
Em entrevista à coluna, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe), Ivete Caetano, afirmou que não houve, recentemente, ameaças de ataques em escolas da rede estadual, mas disse que a violência preocupa bastante a categoria.
"Quando a sociedade é violenta, isso é reproduzido também nas escolas. É preciso uma intervenção forte do Estado, com oferta de lazer, esportes, cultura, emprego e renda para que a violência diminua. O papel das escolas é salvar vidas, ensinar o estudante a ter respeito pelos direitos humanos e combater preconceitos contra negros, indígenas, diminuir o machismo", pontuou Ivete.
PREVENÇÃO CONTRA ATAQUES NAS ESCOLAS DE PERNAMBUCO
Sobre o trabalho de combate à violência nas escolas, o governo de Pernambuco se pronunciou por meio de nota. A Secretaria Estadual de Educação e Esportes (SEE) informou que "vem consolidando ações em parceria com as Gerências Regionais de Educação (GREs), com o intuito de erradicar os diversos tipos de violências que acabam interferindo no ensino-aprendizagem e até mesmo nos projetos de vida dos jovens pernambucanos".
Segundo a pasta, desde 2017 foi instituído o Sistema de Ocorrência Escolar, que possibilita às equipes escolares realizarem registro de situações que caracterizam os mais diversos tipos de violências nas escolas. "A partir dos dados inseridos no sistema, a SEE desenvolve estratégias de intervenções voltadas ao combate e prevenção à violência, com o objetivo de perpetuar a cultura de paz".
A SEE disse também que tem parceria com a Secretaria de Defesa Social do Estado e as escolas recebem assistência por meio de patrulhamento, ciclo de palestra, roda de diálogos, visitas estratégicas e até algumas atividades lúdicas desenvolvidas por policiais militares da Patrulha Escolar.
A Patrulha Escolar pode ser acionada através da Central de monitoramento pelo número (81) 9.9486-9917, que funciona no horário das 8h às 21h30.
A secretaria também citou exemplos de trabalhos que vêm sendo desenvolvidos pelas gerências regionais. "A GRE Mata Norte tem um trabalho de conscientização e resgate com a prática da justiça restaurativa, promovendo a formação de mediadores de conflitos para atuar nas escolas. Nas GREs da RMR, há os núcleos de cultura de paz", afirmou.
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