JOGADOR DO IRÃ CONDENADO À MORTE: entenda o que está acontecendo no país
O zagueiro está entre as mais de 20 pessoas que foram condenadas à pena de morte no Irã
Com AFP
Um jogador profissional de futebol está entre os mais de 20 iranianos condenados à pena de morte em meio aos protestos que tomam conta do Irã.
Segundo grupos de diretos humanos, o zagueiro Amir Nasr Azadani, de 26 anos, está entre as pessoas que poderão ser enforcadas, após a condenação, o que vem sendo uma tática de intimidação do regime iraniano para tentar sufocar os protestos no país.
O Sindicato Mundial dos jogadores de futebol (FIFPro) se pronunciou no Twitter dizendo que está chocado e enojado com a decisão da justiça iraniana pela condenação do zagueiro.
ENTENDA OS PROTESTOS QUE ESTÃO ACONTECENDO NO IRÃ
O Irã está tomado por protestos desde a morte, em 16 de setembro, da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial.
Ela foi detida pela polícia moral sob a acusação de violar o rígido código de vestimenta exigido para as mulheres.
Desde sua fundação em 1979, a República Islâmica foi abalada por várias ondas de protesto. Desta vez, porém, trata-se de uma crise sem precedentes, por mobilizar diferentes etnias e classes sociais e incluir apelos diretos pelo fim do regime.
Segundo a Anistia Internacional, outras 11 pessoas foram condenadas à morte no contexto dos protestos, e nove enfrentam acusações que podem levar à pena capital.
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CONFISSÕES PODEM ESTAR SENDO FORÇADAS COM TORTURA
Dentre os condenados à pena de morte, além do zagueiro Amir Nasr Azadani, também estão um médico e dois rappers.
Hamid Ghare-Hasanlou, um médico, e sua esposa Farzaneh Ghare-Hasanlou, estavam a caminho do funeral de um manifestante morto quando se viram "presos no caos" de um atentado a um membro da milícia Basidj, de acordo com Anistia.
Hamid foi condenado à morte, e sua esposa, a 25 anos de prisão. O tribunal se baseou em declarações que, segundo a Anistia, foram extraídas à força de sua esposa. Seu marido foi torturado durante sua detenção e hospitalizado com costelas quebradas.
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Entre os condenados à pena de morte está o rapper Toomaj Salehi, de 32, acusado "unicamente pelas críticas feitas em sua música e nas redes sociais", acrescenta a Anistia, acrescentando que, também neste caso, há denúncias de tortura.
Já no caso do rapper Saman Seydi, conhecido como Saman Yasin, que apoiou o protesto nas redes sociais, ele foi acusado de disparar para o alto. Segundo a Anistia, ele foi torturado para se obter uma confissão forçada.