Ataque em Brasília

ATENTADO A BOMBA EM BRASÍLIA: Polícia investiga envolvimento de pelo menos seis pessoas em tentativa de atentado à bomba em Brasília

Seis pessoas são investigadas por envolvimento em tentativa de atentado à bomba na capital federal

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Caio Ferreira

Publicado em 27/12/2022 às 16:30 | Atualizado em 29/12/2022 às 15:24
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Pelo menos seis pessoas tiveram participação na tentativa de ato terrorista em Brasília, no último dia 24 de dezembro. As informações são da agência Estadão Conteúdo.

A ideia dos autores era tentar promover o caos e forçar uma implementação de "estado de sítio", para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Preso pela Polícia Civil no dia 24, na véspera de Natal, George Washington de Oliveira Sousa (54) detalhou como planejou a ação que resultou na instalação de uma bomba próxima a um caminhão-tanque que estava indo para o aeroporto de Brasília.

O motorista do caminhão percebeu um objeto estranho no veículo e acionou a polícia, que identificou como uma bomba, que não chegou a explodir e posteriormente foi detonado em segurança pela polícia.

QUEM É GEORGE WASHINGTON, AUTOR DA TENTATIVA DE ATENTADO EM BRASÍLIA

Gerente de um posto de gasolina no interior do Pará, George Washington Sousa revelou que, além dele, outros quatro homens e uma mulher sabiam da fabricação da bomba.

Segundo ele, a ideia de provocar uma explosão surgiu no dia 23, no acampamento de extremistas antidemocráticos, que acampam na frente do Quartel-General (QG) do Exército protestando a favor de Jair Bolsonaro (PL) e contra o resultado das eleições.

DE ONDE SURGIU A IDEIA DE CAUSAR UMA EXPLOSÃO EM BRASÍLIA

Uma "mulher desconhecida" teria sugerido aos manifestantes que fosse instalada uma bomba na subestação de energia na cidade de Taguatinga, nos arredores de Brasília.

Sousa contou que foi ao local da subestação numa picape Ranger branca de um dos manifestantes. Feito o reconhecimento, ele alega que o plano não avançou porque a tal mulher não teria providenciado um carro para a operação. Um homem chamado Alan teria se voluntariado para levar a bomba.

Num momento posterior, foi constatado que seria difícil instalar o explosivo na subestação. Então, foi decidido que o alvo seriam postes de transmissão de energia próximos.

O gerente de posto de gasolina disse aos policiais que contou aos demais manifestantes que tinha explosivos. O material havia sido entregue a ele em Brasília por um fornecedor do Pará.

"Eu disse aos manifestantes que tinha a dinamite, mas que precisava da espoleta e do detonador para fabricar a bomba", contou George Washington.

Segundo ele, ainda no dia 23, por volta das 11h30, "um manifestante desconhecido", que estava acampado no QG, lhe entregou um controle remoto e quatro acionadores.

"De posse dos dispositivos, eu fabriquei a bomba", admitiu, no depoimento. George Sousa alega que entregou o explosivo a Alan, com o pedido para que fosse levada à subestação de energia. Ele alega que só ficou sabendo pela TV que a bomba tinha sido levada ao aeroporto.

VÍDEO MOSTRA momento em que polícia encontra BOMBA em Brasília

O QUE É CAC?

No mesmo depoimento, Sousa disse que se registrou como CAC (colecionador, atirador profissional ou caçador) para comprar armas.

Ele alegou que veio para Brasília para protestar contra eleição de Lula e afirmou que, ao viajar de carro do Pará para Brasília, trouxe o arsenal apreendido pela Polícia no dia da prisão.

George ainda contou que a ideia do atentado era de provocar um "caos" na capital federal, para estimular as Forças Armadas a intervir e decretar Estado de Sítio, impedindo a posse do presidente eleito - e já diplomado.

A tentativa de atentado provocou reação de integrantes do governo petista. O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o acampamento na frente do quartel é incubadora de terroristas.

VEJA QUEM SÃO OS INVESTIGADOS PELA POLÍCIA

  • George Washington Sousa - gerente de posto de gasolina no Pará que confessou ter fabricado a bomba;
  • Mulher do acampamento no QG do Exército - teria dado a ideia para explodir uma subestação de energia;
  • Dono de Ranger branca - manifestante acampado no QG do Exército que levou George para vistoriar o local onde seria instalada a bomba;
  • Homem do acampamento no QG do Exército - foi o fornecedor dos dispositivos de acionamento dos explosivos;
  • Homem chamado Alan - acampado no QG do Exército e responsável por levar a bomba até o aeroporto de Brasília;
  • Fornecedor dos explosivos - homem que trouxe a substância explosiva do Pará para Brasília.

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