INVASÕES EM BRASÍLIA: O que dizem os líderes mundiais sobre os ataques bolsonaristas
O presidente Joe Biden resumiu o ataque em uma palavra: "ultrajante"
Da AFP
Líderes de vários países condenaram, neste domingo (8), o ataque de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto, em Brasília, que alguns consideraram uma "tentativa de golpe de Estado" e "fascista", e expressaram seu apoio inabalável ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente Joe Biden resumiu o ataque em uma palavra: "ultrajante".
Seu assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan, disse que Washington "condena qualquer tentativa de fragilizar a democracia" e disse que Biden "acompanha de perto a situação".
"Nosso apoio às instituições democráticas do Brasil é inabalável. A democracia do Brasil não será sacudida pela violência", destacou Sullivan no Twitter.
O presidente Alberto Fernández expressou solidariedade ao governo Lula "diante desta tentativa de golpe Estado" e, como presidente da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), convidou a região a se unir contra "a reação antidemocrática".
"Reprovável e antidemocrática a tentativa golpista dos conservadores do Brasil, estimulados pela cúpula do poder oligárquico, seus porta-vozes e fanáticos", disse o presidente esquerdista Andrés Manuel López Obrador na mesma plataforma.
VÍDEO MOSTRA INVASÕES:
"Lula não está sozinho, conta com o apoio das forças progressistas do seu país, do México, do continente americano e do mundo", acrescentou.
"O fascismo decide dar um golpe", tuitou o presidente colombiano, Gustavo Petro. "As direitas não puderam manter o pacto da não violência. É hora urgente de reunião da OEA se quiser continuar viva como instituição e aplicar a carta democrática", acrescentou.
Também no Twitter, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, rechaçou "de forma categórica a violência gerada pelos grupos neofascistas de Bolsonaro, que atacaram as instituições democráticas do Brasil" e declarou apoio a Lula e ao povo brasileiro, "que certamente se mobilizará em defesa da Paz e de seu presidente".
O presidente Gabriel Boric, também de esquerda, qualificou o ataque de "absurdo".
O governo anunciou que está impulsionando, juntamente com outros países, uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA "para respaldar a democracia e o Estado de Direito no Brasil".
"Incapazes de reconhecer uma vitória alternativa, os bolsonaristas do #Brasil são emuladores dos trumpistas que atacaram o Capitólio de #Washington. #NoAlGolpe [Não ao Golpe]. Solidariedade total a @LulaOficial", afirmou em um tuíte categórico o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, referindo-se ao ataque à sede do Congresso americano, em 2021, por apoiadores do ex-presidente Donald Trump.
"Os fascistas sempre vão tentar tomar à força o que não conseguiram nas urnas", destacou em um tuíte o presidente boliviano, Luis Arce, que também se declarou solidário a Lula.
O presidente Guillermo Lasso tachou no Twitter de "desrespeito e vandalismo" as ações executadas pelos apoiadores de Bolsonaro porque "atentam contra a ordem democrática e a segurança cidadã".
Quito apoia Lula e seu governo, "legalmente constituído".
Através de sua chancelaria, o Peru condena o ataque e "qualquer tentativa de não reconhecer a legitimidade das eleições de outubro de 2022", vencidas por Lula, a quem expressa sua solidariedade.
O mesmo tom foi adotado pela República Dominicana, cujo presidente, Luis Abinader, expressou "o mais enérgico repúdio e condena os atos injustificados de violência contra os poderes do Estado e da democracia no Brasil".
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, condenou "o ataque às instituições em Brasília, o que constitui uma ação condenável e um atentado direto à democracia".
"Estas ações são injustificáveis e de natureza fascista", afirmou em um tuíte.
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
Em um texto em português, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) "repudia os ataques às instituições e a violência em Brasília" e qualifica os atos de "ataque à democracia".
"O direito de reunião deve ser pacífico, sem armas e com apego estrito ao Estado de Direito", insiste.
"Apoio total ao presidente Lula da Silva, democraticamente eleito por milhões de brasileiros após eleições justas e livres", afirmou o presidente do Conselho Europeu, o belga Charles Michel, no Twitter.
O chefe da diplomacia da União Europeia, o espanhol Josep Borrell, também declarou apoio a Lula, dizendo-se consternado" com esta "violência extremista".
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, disse estar "profundamente preocupada".
Em nota, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, declarou que apoia "o governo democrático, eleito nas urnas" e condenou "a atuação dos grupos que se opõem aos resultados legítimos".
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu "respeito às instituições" do Brasil e expressou o "apoio indefectível da França" a Lula.
A chefe do governo italiano, Giorgia Meloni (extrema direita), considerou que "as imagens da invasão das sedes das instituições são incompatíveis com qualquer forma de desacordo democrático" e pediu "a volta à normalidade".