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Raquel Lyra completa 100 dias no governo de Pernambuco: Veja o que foi feito e os desafios na segurança pública

Concurso na área da segurança pública, redução de homicídios e controle do sistema prisional estão entre as necessidades mais urgentes

Raphael Guerra
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Raphael Guerra
Publicado em 10/04/2023 às 12:43 | Atualizado em 10/04/2023 às 12:59
Hélia Scheppa/Secom
Área da segurança pública é uma das mais sensíveis para a governadora Raquel Lyra - FOTO: Hélia Scheppa/Secom

Raquel Lyra completa 100 dias à frente do governo de Pernambuco ainda sem lançar o novo programa para a segurança pública - uma das áreas mais sensíveis e que precisa de altos investimentos em curto prazo. O Juntos pela Segurança, principal promessa de campanha para tentar reduzir a violência, segue em fase de estudos. 

É preciso dizer que Raquel Lyra fez um importante aceno às mulheres nos primeiros meses de gestão. Além de escolher uma mulher para comandar a Secretaria de Defesa Social (SDS), pela primeira vez na história, também determinou o aumento no número de delegacias especializadas de atendimento às vítimas de violência doméstica e familiar - cumprindo uma promessa de campanha.

Na gestão Paulo Câmara, apenas uma das 15 unidades funcionava 24h. Agora são seis

Com 12 dias de governo Raquel Lyra, a SDS também anunciou a Operação Pernambuco Seguro, com a promessa de aumentar o número de policiais militares nas ruas - mesmo com o maior déficit de profissionais das últimas décadas. Para isso, precisou ampliar a quantidade de plantões extras em dias de folga dos PMs - o que não foi bem visto por parte da categoria. 

Nos primeiros dias, de fato, os recifenses sentiram a presença maior dos policiais principalmente em equipamentos públicos, como as praças e parques. Mas, na prática, os registros de roubos não tiveram queda expressiva. No centro, os assaltos à luz do dia continuaram - inclusive com turistas sendo agredidos, como mostra o vídeo abaixo:

No mês passado, um workshop foi realizado em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e discutiu os problemas e possíveis ajustes na área da segurança para reduzir a violência em Pernambuco. O martelo deve ser batido nas próximas semanas com a definição do plano estadual e da data de lançamento do Juntos pela Segurança, que substitui o Pacto pela Vida.

"A gente vai iniciar o processo de construção coletiva do Juntos pela Segurança, para construção de uma política pública que atenda segurança na repressão qualificada e na prevenção social, para fazer de Pernambuco um Estado mais seguro. (Vamos) trazer todos para junto: a sociedade civil organizada, os órgãos de controle, o Poder Judiciário, o Ministério Público", afirmou a governadora Raquel Lyra, nesta segunda-feira (10). 

Enquanto isso, entre 1º de janeiro e 31 de março deste ano, 910 homicídios foram somados pela polícia no Estado. Foram 54 registros a menos que no mesmo período do ano passado, ou seja, queda de 5,61%. Mas ainda não é possível afirmar que a redução tem relação com as primeiras iniciativas da gestão Raquel Lyra. 

Em recente entrevista à Rádio Jornal, a secretária de Defesa Social, Carla Patrícia Cunha, reforçou que há vários estudos em andamento para indicar que caminhos seguir no combate à criminalidade. Também foram ampliadas as investigações de crimes de tentativa de homicídio, porque percebeu-se que muitas das vítimas acabavam sofrendo novos atentados e morriam. 

Os concursos públicos para as polícias Militar, Civil e Científica e para o Corpo de Bombeiros ainda não foram anunciados oficialmente. A promessa mais recente é de que isso aconteça ainda este mês, mas apenas para a PM e Corpo de Bombeiros.

É preciso urgência, de fato. A falta de efetivo policial, além de diminuir a quantidade de PMs nas ruas, afeta também as delegacias. A maioria segue fechada à noite e nos fins de semana porque não há policiais civis suficientes para dar plantão. 

RAQUEL LYRA TEM DIFÍCIL DESAFIO NO SISTEMA PRISIONAL

O sistema prisional é outro difícil desafio para a gestão Raquel Lyra. Presídios seguem superlotados, sem condições estruturais seguras e com detentos ditando regras, usando armas de fogo, matando rivais e se comunicando com facilidade com criminosos que estão livres. 

No mês passado, duas ocorrências violentas foram registradas na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá. Na primeira, um detento foi morto a tiros. Na segunda, presos também ficaram feridos à bala. Revistas realizadas na unidade prisional encontraram várias armas de fogo. E ninguém sabe explicar como elas entram na penitenciária. 

A secretária de Justiça e Direitos Humanos, Lucinha Mota, inclusive, ainda não concedeu entrevista à imprensa para apresentar propostas que estão sendo trabalhadas para combater os absurdos no sistema prisional do Estado.

Na semana passada, a presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Rosa Weber, veio no Recife, visitou o Complexo Prisional do Curado, e entregou um relatório produzido após visitas realizadas no ano passado em unidades prisionais de Pernambuco. O documento detalha, de forma muito clara, o abandono do sistema e as péssimas condições. 

 

 

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