Um advogado de 28 anos foi preso, na tarde do último domingo (30), ao ser flagrado fazendo a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no lugar de outra pessoa. A prisão foi efetuada pela Polícia Federal em uma sala da Universidade Católica de Pernambuco, no bairro da Boa Vista, área central do Recife.
De acordo com a Polícia Federal, uma denúncia apontou que o advogado estaria fazendo a prova da segunda fase da OAB no lugar do verdadeiro candidato. Aos chegarem no local, os policiais identificaram o suspeito, que conseguiu entrar na sala usando um documento falso.
"Ao ser abordado pelos policiais, de pronto assumiu que estava fazendo prova em lugar de outra pessoa", informou a Polícia Federal, por meio de nota.
A ação contou também com o apoio da OAB e da organização do concurso.
PRISÃO E INTERROGATÓRIO DO ADVOGADO
No interrogatório, o advogado, que não teve o nome divulgado, afirmou que "cedeu à pressão de um comerciante (amigo) em virtude dele ter pago alguns materiais de concurso e cursos online. Disse ainda que enviou sua foto para confecção de toda a documentação falsa e a recebeu em sua casa".
Documentos e um celular do advogado preso foram apreendidos e vão passar por perícia para ajudar nas investigações.
O advogado foi autuado em flagrante pelo crime de uso de documento falso, falsa identidade e fraude em certame de interesse público. As penas, em caso de condenação, podem chegar a dez anos de prisão.
Segundo a Polícia Federal, o advogado não possuía antecedentes criminais.
O QUE DIZ A OAB-PE SOBRE A PRISÃO DO ADVOGADO?
Em nota, a OAB Pernambuco confirmou que acompanhou o caso do advogado.
"Na segunda (01/05), ele passou pela audiência de custódia e foi liberado. Irá responder, no entanto, pelos crimes de uso de documento falso, falsa identidade e fraude em certames de interesse público", disse a entidade.
Também em nota, o presidente da OAB-PE, Fernando Ribeiro Lins, afirmou que aguarda ofício da Superintendência da Polícia Federal sobre a prisão do advogado. Quando isso correr, a demanda será encaminhada ao Tribunal de Ética e Disciplina da OAB Pernambuco.
"A postura é absolutamente incompatível com a nossa profissão, que é pautada, sempre, pela ética", declarou.
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