Lucinha Mota deixa a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco
Professora foi declarada eleita vereadora de Petrolina, no Sertão, nesta quinta-feira (19). Lucinha assumiu a vaga deixada por Júnior Gás (Avante), que teve o mandato cassado
A professora Lucinha Mota, secretária de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, deixou cargo para assumir uma cadeira na Câmara de Vereadores de Petrolina, no Sertão. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (19).
Lucinha vai assumir a vaga deixada pelo vereador Júnior Gás (Avante), que teve o mandato cassado por fraude na cota de gênero nas eleições municipais de 2020.
O atual secretário executivo de Coordenação e Gestão, Flávio Oliveira, assumirá interinamente a vaga de Lucinha na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. A pasta também é responsável pelo problemático sistema prisional do Estado.
As mudanças serão publicadas no Diário Oficial desta sexta-feira (20).
"Agradeço a Lucinha por toda a sua dedicação ao serviço público e tenho certeza que ela seguirá defendendo a pauta da Justiça, dos Direitos Humanos e outros temas de interesse de sua região e de Pernambuco em sua nova etapa de vida pública", declarou, em nota oficial, a governadora Raquel Lyra.
"Levarei esses meses comigo como um período de aprendizado e muito trabalho em defesa da justiça e da garantia de direitos humanos e agradeço a Raquel e toda equipe de governo pela confiança. Estarei em Petrolina continuando minha luta em favor das causas do Sertão e de Pernambuco", afirmou Lucinha Mota, também em nota.
Flávio Oliveira, novo gestor, é advogado e auditor fiscal da Secretaria da Fazenda de Pernambuco.
PROJETO PARA AJUDAR FAMILIARES DE VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
Desde janeiro à frente da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Lucinha Mota revelou, nessa semana, que pretendia criar um projeto para facilitar o acesso, por parte dos familiares de pessoas vítimas de violência, aos processos criminais.
"Pretendemos contratar profissionais capacitados para ajudarem as famílias a acompanharem seus processos com dignidade e transparência. Os parentes de vítimas que foram mortas precisam ter acesso às informações básicas do andamento do inquérito. Como, por exemplo, quem já foi ouvido, em que fase está a investigação. Esse programa vai fazer a diferença na vida de muitas pessoas", argumentou Lucinha Mota, em pronunciamento no Palácio da Justiça.
Ela destacou que a ideia de ajudar nesse acesso às informações teve como base a experiência que ela viveu após o assassinato da filha, Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, durante uma festa de formatura no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, Sertão de Pernambuco, em dezembro de 2015.
Na época, diante da demora da polícia em conseguir identificar e prender o suspeito pelo crime, Lucinha e o marido, Sandro Romilton, cobraram acesso ao inquérito para tentar ajudar no caso. Após muitas tentativas, troca de delegados e repercussão nacional, os pais da menina puderam ler parte do inquérito e passaram a acompanhar o andamento.