Caso chocante de estupro e tortura reforça papel da escola no combate à violência

Após violência sofrida pelo irmão e pelos pais, adolescente de 15 anos teve apoio da professora, que a levou até a delegacia para denunciar crimes

Publicado em 23/08/2024 às 13:51

O caso da adolescente de 15 anos que foi estuprada pelo irmão e torturada pelos pais no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife, é chocante e revoltante. E demonstra que esse tipo de crime segue sendo subnotificado, porque muitas vítimas não conseguem pedir socorro para se livrarem de tantas violências sofridas em casa. 

O recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicou que 61,7% dos abusos sexuais no Brasil ocorrem dentro das residências. Mais de 88% das vítimas são meninas. Além disso, pouco mais de 61% têm até 13 anos. 

A vítima da violência sexual no Ibura só conseguiu quebrar o ciclo de violência porque contou com a ajuda de uma professora, segundo a Polícia Civil. A docente não só ouviu todo o relato da adolescente, como fez questão de acompanhá-la até a delegacia para o registro da queixa.

A docente não só demonstrou coragem, como reforçou o importante - e necessário - papel da escola para identificar e denunciar os casos de violência sexual. 

O combate a esse crime não é só papel da polícia. Precisa ser uma luta que envolva parentes, vizinhos, mas sobretudo as instituições de ensino - visto que a maioria esmagadora das vítimas têm idades inferiores a 13 anos. 

SINAIS 

Identificar os sinais e atuar de forma imediata é essencial para minimizar os danos causados por esse tipo de violência. 

A primeira dica, conforme orienta a Secretaria da Criança e Juventude de Pernambuco (SCJ-PE), é observar possíveis mudanças de comportamento: alterações bruscas no comportamento, como retraimento, agressividade, medo excessivo ou comportamento autodestrutivo.

Problemas emocionais, como depressão, ansiedade e pesadelos frequentes, são outro indicativo de que algo está errado e precisa da avaliação de um especialista. Dificuldades escolares, com queda no desempenho escolar, evasão escolar ou recusa em ir à escola, também são sinais relevantes.

É necessário, ainda, observar se há um comportamento sexual inapropriado para a idade ou conhecimento sexual avançado.

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