6 em cada 10 mulheres já sofreram violência enquanto se deslocavam pelo Recife
De acordo com levantamento realizado pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, apenas 11% das mulheres avaliaram as ruas do Recife como seguras
Um levantamento realizado pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio da Uber, revelou que 63% das mulheres no Recife já sofreram violência enquanto se deslocavam pela cidade. Apenas 11% das entrevistadas avaliaram as ruas do Recife como seguras.
O estudo, que ouviu mais de 4.000 brasileiras de nove capitais - Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo - buscou entender a percepções das mulheres sobre a segurança em seus trajetos pela cidade e suas vivências em diferentes meios de transporte.
No Recife foram 350 entrevistadas. A maior parte delas (84%) sente muito medo de sofrer violência quando se deslocam pela cidade.
De acordo com o relatório, 73% temem sofrer um assalto, furto ou sequestro, 72% têm medo de sofrer um estupro e 65% têm medo de sofrer importunação/assédio sexual.
Além disso, 63% das entrevistadas declararam que já passaram por alguma dessas situações, além de preconceito, discriminação ou agressão física.
DESLOCAMENTO A PÉ OU NO ÔNIBUS
A maioria das violências contra as mulheres em seus deslocamentos urbanos ocorreu quando elas estavam a pé ou no ônibus, aponta o levantamento dos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva.
Em todo o Brasil, muitas dessas mulheres precisaram mudar seus hábitos e comportamentos após passar por uma violência. Dentre as medidas mais adotadas, estão evitar sair à noite (89%), evitar trajetos a pé (88%) e escolher um caminho mais longo, quando acreditam que ele é mais seguro (82%). Quase 90% delas também afirmaram que evitam tipos de roupas ou acessórios para reduzir a insegurança durante os deslocamentos.
O levantamento indica, ainda, que as mulheres apontaram a ausência de policiamento e de iluminação e as ruas desertas como principais fatores que contribuem com a sensação de insegurança nas cidades.
Mais de 70% delas consideram que iniciativas voltadas para o transporte e a infraestrutura, desde a melhoria na iluminação pública à revitalização de espaços abandonados, podem contribuir para aumentar a segurança nos deslocamentos urbanos.