Justiça decreta prisão de PM que matou motoqueiro de aplicativo em Camaragibe

Venilson Cândido da Silva vai ser encaminhado ao Centro de Reeducação da PM (Creed). Também vai responder a processo administrativo e deve ser expulso

Publicado em 02/12/2024 às 15:46 | Atualizado em 02/12/2024 às 18:50
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A Justiça decretou a prisão preventiva do policial militar que matou o motoqueiro de aplicativo Thiago Fernandes Bezerra, de 23 anos, no domingo (1º), em Camaragibe, no Grande Recife. O sargento Venilson Cândido da Silva, 50, será encaminhado ao Centro de Reeducação da PM (Creed), em Abreu e Lima. 

O crime aconteceu na Rua Barão de São Francisco, no bairro Alberto Maia, após o policial militar sair da moto pilotada por Thiago. O suspeito teria se negado a pagar a corrida de R$ 7. Houve uma discussão, como mostrou uma câmera de segurança. 

"Vai fazer o quê? Vai fazer o quê? Vai atira aí", disse Thiago Fernandes, de braços abertos. Logo depois, o PM atirou na vítima, que morreu no local. 

Venilson chegou a fugir, mas foi localizado em um ônibus na Avenida Belmino Correia. Sofreu várias agressões por populares e, por pouco, não foi linchado, segundo a Polícia Militar. 

Ele foi socorrido numa viatura e encaminhado para o Hospital da PM. O sargento foi autuado em flagrante por homicídio. 

Na manhã desta segunda-feira (2), amigos e colegas de trabalho do motoqueiro realizaram um protesto pedindo por justiça. Thiago trabalhava para se sustentar e pagar a moto alugada.

"DEVE SER EXPULSO", DIZ SECRETÁRIO 

O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, classificou como um "crime bárbaro" o assassinato de  Thiago Fernandes Bezerra. E afirmou que um processo administrativo disciplinar será instaurado para apurar a conduta do PM. 

"Foi sem nenhuma razão. Ele (policial) desceu da garupa de um mototáxi e, após um breve diálogo, que eu não sei do que se tratava, ele puxou a arma, atirou e matou aquele trabalhador. Isso é uma exceção dentro de uma corporação como a Polícia Militar, que tem 16 mil homens e mulheres que acordam todos os dias e colocam suas vidas em risco para proteger a sociedade", afirmou Carvalho, em entrevista ao JC nesta segunda-feira (2). 

"Infelizmente, nós tivemos esse caso e ele vai responder pelo ato dele. Já está preso e deve ser expulso da corporação", completou o gestor estadual. 

Em nota oficial, a Polícia Militar de Pernambuco disse que aprendeu um revólver calibre 38 com o suspeito e "abrirá um processo administrativo, que poderá resultar na expulsão da Corporação".

O caso está sendo investigado pela 10ª Delegacia de Polícia de Homicídios (DPH).

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