Publicado em 24/06/2019 às 11:12
| Atualizado em 24/06/2019 às 11:18
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Filipe Toledo carregado pela multidão que super lotou as areias de Itaúna. Foto: Damien Poullenot/WSL
O brasileiro "santo de casa" Filipe Toledo fez milagre, sim ! Contrariou o ditado e mais uma vez fez a alegria da imensa torcida que lotou a praia de Itaúna em Saquarema (RJ) , com uma performance de alto nível nas ondas da Barrinha, para conquistar o tricampeonato do Oi Rio Pro, que estreou em 2015 com vitória dele mesmo.
Filipinho igualou o feito do australiano Dave Macaulay, único que tinha três títulos nos 30 anos de história da etapa do World Surf League Championship Tour no estado do Rio de Janeiro.
Sally Fitzgibbons e Filipe Toledo. Foto: Damien Poullenot/WSL
A australiana Sally Fitzgibbons já tinha conseguido isso na final feminina contra a havaiana Carissa Moore, repetindo o tricampeonato da compatriota Pauline Menczer também na década de 90.
“Não sei o que acontece, mas quando chego nas quartas, semifinais, alguma coisa muda internamente em mim, especialmente aqui no Brasil”, disse Filipe Toledo. “Essa torcida me deixa instigado e só quero fazer o meu melhor para eles. No surfe é muito difícil saber o que pode acontecer na água, ainda mais com o Jordy Smith. Eu já tinha 18 pontos, mas ele poderia conseguir duas notas 9,0 e virar a bateria. Eu fiquei tenso até os últimos 30 segundos, mas certamente aquela minha primeira onda me deixou bem confiante e fiquei amarradão por ter vencido mais uma vez aqui em Saquarema”.
Filipe Toledo. Foto: Damien Poullenot/WSL
No domingo, 23/6, as ondas estavam bem menores do que os outros dias, mas com a Barrinha ainda apresentando boa formação para tubos, aéreos e manobras de borda. O maior problema era o grande intervalo entre as séries, fazendo com que poucas ondas boas entrassem nas baterias. Com isso, a escolha das melhores ganhou peso decisivo e foi assim que Filipe liquidou seus adversários sem desperdiçando as poucas chances que apareciam. Na decisão final, praticamente confirmou o tricampeonato em duas ondas seguidas, quando ainda faltavam 20 minutos para terminar a bateria.
“É realmente difícil quando você não tem um bom suporte psicológico para estar preparado para tudo isso, pois você pode se perder com a pressão”, disse o campeão, já no pódio. “O que eu gosto mesmo é essa emoção e essa energia da torcida brasileira. Isso sim é energia, força e motivação para mim. Eu estava doentes esses últimos cinco dias e estou bem fraco e cansado. Mas, cada vez que passava pelo corredor da torcida, me fortalecia muito”.
Filipe já incendiou a torcida logo no início, quando pegou um tubo, voou num aéreo muito alto e ainda atacou a junção para largar na frente com nota 9,37. Na onda seguinte, o brasileiro mandou um “tail slide” impressionante, invertendo toda a direção da prancha, usando seu arsenal de manobras modernas e progressivas para receber 8,67. Com essa nota, já aumentava o seu próprio recorde de pontos na Barrinha de 17,84, contra Kelly Slater no sábado, para 18,04 de 20 possíveis. O sul-africano Jordy Smith ficou então arriscando manobras grandes, porém sem completar nenhuma, até a vitória de Filipe ser anunciada por 18,04 a 8,43 pontos.
Jordy Smith. Foto: Damien Poullenot/WSL
“Pois é, acho que o Filipe tinha a maior torcida da história para apoia-lo aqui hoje”, brincou Jordy Smith. “Acho que aquela primeira onda dele mudou tudo. Eu estava mais lá para fora e ele acabou pegando um tubo e um aéreo que fizeram toda a diferença. Logo depois, o vento entrou e as oportunidades diminuíram, mas o Filipe é um surfista incrível e foi uma honra fazer a final com ele. O evento foi demais e não há torcida melhor no mundo do que essa aqui do Brasil. Agora, só espero que a torcida em Jeffreys Bay,mostre tanto amor para nós, sul-africanos, quanto os brasileiros fazem aqui”.
O sul-africano não chegava numa final desde 2017 e a última tinha sido contra o próprio Filipe Toledo, quando também perdeu para o brasileiro em Trestles, na Califórnia, Estados Unidos. Com o tricampeonato no Oi Rio Pro, Filipe pulou da sexta para a terceira posição no ranking e já reuniu chances matemáticas de brigar pela ponta na próxima etapa, o Corona J-Bay Open, de 09 a 22 de julho na África do Sul, onde também vai tentar o tricampeonato, mas consecutivo, pois ganhou lá nos dois últimos anos.
John John Florence. Foto: Damien Poullenot / WSL
O havaiano John John Florence permaneceu na frente da corrida pelo título mundial, mas não competiu no domingo, pois no sábado torceu o mesmo joelho que contundiu no ano passado e nem enfrentou Jordy Smith na Barrinha. Ele agora é dúvida se terá condições de surfar em Jeffreys Bay. Se ele não for, Filipe pode lhe tirar a lycra amarela do Jeep Leaderboard se chegar nas semifinais na África do Sul, enquanto o vice-líder, Kolohe Andino, conseguiria isso, caso chegue às quartas de final. O sul-africano Jordy Smith também entrou na briga, subiu para o quarto lugar no ranking e ultrapassa a pontuação do havaiano em casa, se chegar na grande final.
Gabriel Medina Foto: Damien Poullenot/WSL
Os outros dois brasileiros que estão etre os 10 melhores ranquiados no circuito são em sexto o potiguar ítalo Ferreira e o paulista Gabriel Medina, lembrando que só os dois melhores colocados representarão o Brasil nas próximas Olimpíadas, no Japão.
Essa disputa será boa...acompanhe por aqui!
Agradecimentos e congratulações ao jornalista Fábio Maradei pela contribuição na cobertura do BLOG DO SURFE e pela vitória de Filipinho, já que ele faz parte do time!!!!! e a todos da WSL South America na pessoa de João Carvalho. ALOHA brothers !!!!!
Veaja mais sobre as conquista anterior de Filipe Toledo:
Toledo é bicampeão no Rio
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