Na longa discografia de Zizi Possi, dois títulos inegavelmente são obrigatórios em qualquer discoteca básica:
Sobre toda as coisas (Eldorado, 1991), e
Valsa brasileira, Velas, 1993). Com estes dois álbuns Zizi Possi não precisava provar mais nada. A MPB tinha mais uma cantora no primeiro time.
Iniciada há 34 anos, a carreira de Zizi tem sido irregular, e nos últimos anos, por problemas de saúde.
Com Tudo se transformou, (Gravadora Eldorado), lançado oficialmente esta semana, ela volta com um disco que se não chega a ser igual aos dois citados, coloca Zizi Possi novamente na vitrine, e vem arrebatando elogios da crítica.
Registro do show homónimo, o álbum tem apenas onze músicas, de épocas variadas, e ritmos diversos. Ecletismo é um artificio que Zizi Possi trabalha bem. O disco começa com
Filho de Santa Maria (Itamar Assumpção/Paulo Leminski), e salta para
Disparada (Gealdo Vandré/Théo de Barros, gravada por ela no álbum
Puro prazer, de 1999), fechando com
Busy man (
Sem você), Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes.
O repertório é ligeiramente irregular. Em
No vento (Necka Ayala) o diálogo entre voz e piano, mas parece disputa, o instrumento compete no volume com a voz da cantora.
Explode coração fica meio solta no repertório do disco (no show, seguia-se a outra canção de Gonzaguinha).
Mas no geral, o álbum tem muito mais acertos. Zizi está exuberante na interpretação da esquecida
Porta-estandarte, de Geraldo Vandré e Fernando Lona (vencedora de um festival da MPB em 1966).
Porta-estandarte funde-se com uma repetição de
Filho de Santa Maria, e entre numa destas pérolas de Carlinhos a que ninguém dá muita atenção. Chega alguém regrava e tem nas mãos um hit radiofônico.
No caso deste disco é a citada
Busy man (
Sem você). A gravação de Arnaldo destila as facilidades pop da canção. Com Zizi Possi a música é contagiosa.
Confiram Zizi Possi em
Sem você (Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes):
http://www.youtube.com/watch?v=DvTvO0AoHnI