Gal Costa e Gilberto Gil live in London 1971 e Ave Sangria Perfumes y baratchos - resgates históricos de 2014

Publicado em 03/01/2015 às 22:49
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Gal e Gil Em 1971, Gal Costa e Gilberto Gil eram a fina flor do udigrudi nacional. A contracultura foi mal interpretada pelos generais no poder, e a revolução estética deflagrada por Gil e Caetano tomada como subversão política. O resultado foi uma temporada forçada dois baianos em Londres, ironicamente, capital da contracultura, onde o novo renova-se a cada dia. Foi nesta Londres que ditava moda e sons ao mundo, que Gal e Gil apresentaram o show lançado pela Discobertas (o selo mais importante para a MPB em 2014), Live in London 1971. O concerto aconteceu às vésperas do fim do exílio, e foi oportunamente registrado em fita. O repertório é o suprassumo da contracultura, do udigrudi, que aportou no Brasil, com alguns anos de defasagem, mas foi atualizado rapidamente, como prova este álbum duplo (em CD e vinil). Um repertório que vai de do blues psicodélico Up from the skies, de Jimi Hendrix, ao baião agreste Sai do sereno, do caruaruense Onildo Almeida (descrito por Gil, como “a groovy cat”), passando por Dorival Caymmi, samba de roda, Mcalé, canções ainda inéditas. Um show que é um viva à liberdade que se respirava em Londres, e pela perspectiva da volta de Gilberto Gil (e Caetano Veloso), que logo aconteceria. “Vocês estão vendo este clima de informalidade? É porque a gente está informal”, falou e disse Gil, antes de Dê um rolê (Moraes/Galvão).  Um disco histórico, e um dos melhores de 2014.   capa do novo álbum, Perfumes Y baratchos capa do novo álbum, Perfumes Y baratchos Novos Baianos e Ave Sangria foram os dois grupos mais originais do udigrudi brasileiro. O primeiro foi também bem sucedido comercialmente, enquanto o segundo mal chegou a levantar vôo. Ambos tornaram-se, merecidamente, lendas. O Ave Sangria, no entanto, só agora começa a ser reconhecido, já que o LP que lançou,em 1974, nem chegou a esquentar as prateleiras das lojas, foi proibido pela censura, e recolhido pela gravadora (por causa da faixa Seu Valdir) Graças a uma reunião do grupo para um show em que se comemorou os 40 anos do ultimo show do AS, no Teatro de Santa Isabel, no Recife, e lançamento de dois discos da banda (pelo selo pernambucano Ripohlândya) Foi relançado o primeiro e, até então, o único disco do Ave Sangria (que tem o nome da banda por título), e Perfumes y  baratchos, álbum com o registro de um dos dois shows apresentados no já longínquo final de dezembro de 1974 (o resgate e trajetória da fita deste show pode ser conferido numa crônica neste blog, o link: http://jconlineblogs.ne10.uol.com.br/toques/?s=cr%C3%B4nica+Ave+Sangria&busca_blog_botao=ok ). Marco Polo (vocais), Almir de Oliveira (baixo), Paulo Rafael (guitarra base),  Ivinho (guitarra solo), Israel Semente (bateria, percussão), Agrício Noya (percussão) e o convidado Zé da Flauta (sax soprano e flauta transversa), tocam parte do repertório do disco Ave Sangria (saído pela Continental), e várias músicas inéditas. Assim como no show de Gal e Gil em Londres, a liberdade campeia ampla e irrestrita no concerto final da Ave Sangria, que tocou para um Santa Isabel lotado, sem que nem banda, nem plateia soubessem que o primeiro capítulo da história da banda terminaria com aqueles dois concertos históricos. A volta do grupo aconteceu com o mesmo astral, com o vetusto teatro também lotado, e com a maioria da plateia na faixa etária dos 20 e poucos anos. Foi o show do ano no Recife, uma daquelas noites mágicas, difíceis de serem repetidas. Assim como mágicos foram os shows eternizados em Gal Costa e Gilberto Gil live in London 1971, e Perfumes & baratchos. Confiram Gal Costa e Gilberto Gil em Como 2 e 2: e o Ave Sangria em Geórgia, a carniceira: https://www.youtube.com/watch?v=IxUDx-XQiqw https://www.youtube.com/watch?v=xckdbQF7uMQ    

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