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A série Clássicos em Vinil, da Polysom, vem agora de Revolver (1975), segundo álbum do paulista Walter Franco, que sozinho balançou o coreto do Festival da Internacional da Canção, em 1972, com a esteticamente subversiva Cabeça. 40 anos depois, Revolver volta às lojas em vinil, prensagem premium de alta qualidade, informa o release da Polysom, e devidamente remasterizado. É um dos discos básicos não apenas dos anos 70, mas da MPB, daqueles trabalhos que fazem jus ao adjetivo "instigante".
Curioso é que as novas gerações descobriram artistas menores, como Toni Tornado, ou a música engraçadinha dos Originais do Samba, e ignoram Walter Franco. Com apenas este Revolver e seu LP de estreia, Ou não (1973), ele já marcaria seu lugar na MPB. Líder de um movimento do eu sozinho, Walter Franco, que completou 70 anos em janeiro de 2015, fez música de vanguarda e pop ao mesmo tempo. De Revolver, por exemplo, Wanderléa pinçou um dos seus sucessos na década de 70, Feito gente, que também deu título ao seu LP de 1975.
Embora menos ousados, mais convencionais, ma non troppo, os discos posteriores de Walter Franco também são merecedores de reedições. Do terceiro, Respire fundo (1978), uma das faixas virou um clássico cult, a zen Coração tranquilo ("Tudo é uma questão de manter/a mente quieta/a espinha ereta/ e o coração tranquilo"). Walter Franco lançou ainda Vela aberta (1980), Walter Franco (1982), e Tutano (2001). Lançados por gravadoras diferentes (Continental, CBS, Polygram, YBrasil), só uma Saravá Discos (gravadora de Zeca Baleiro), ou uma Discobertas para, literalmente, resgatar a obra deste injustamente esquecido bruxo da MPB.
Confiram Walter Franco em Feito gente:
