Cinval Coco Grude, psicodelia experimental naïf

Publicado em 19/08/2015 às 18:13
Capa: pintura de Isaac Vieira
FOTO: Capa: pintura de Isaac Vieira
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Capa: pintura de Isaac Vieira Capa: pintura de Isaac Vieira Cinval Cadena, percussionista da Querosene Jacaré¸ banda que fundou com Ortinho no final dos anos, e teve trajetória conturbada, é conhecido pelos discos artesanais que faz. Mal comparando, seria um espécie de Miró (o poeta da Muribeca, não o pintor, fique-se claro) da música popular. Emprega equipamentos toscos, um velho gravador de rolo, no qual faz a mixagem, cria os samplers, os overdubs, sabe-se lá como, ele consegue produzir os discos de forma tão rudimentar. Mas produz, e aos montes. Sua discografia já deve passar das três dezenas de CDs, incluindo uma caixa, e coletâneas. Obviamente, nesta caudalosa produção há discos bons, outros extremamente auto-indulgentes, alguns apenas curiosos. Amigo do violinista Jessé de Paula, Cinval aprendeu com ele algumas músicas, que não sabe bem a origem, mas segundo o violinista são antigas peças sacras. Tinham combinado de gravar juntos, mas Jessé de Paula faleceu, em março de 2015, de forma trágica, atingido pelo metrô, na estação Largo da Paz, no bairro de Afogados. Inspirado nos temas que lhe foram mostrados pelo violinista, Cinval Coco Grude (credita seus trabalhos), está lançando Música um dos seus bons discos, e o dedica a Jessé. O repertório abre com o violino de Jessé, e a voz da africana Alpha Petulay, nos temas A música, Substituição e Yoyo Makuta (esta última com letra de Alpha Petulay). Um disco de música eletrônica, de difícil catalogação, grosso modo, é trip hop, psicodelia eletrônica, com loops, groovies, percussão. Os treze temas interligam-se como se fosse um único tema, com vários desdobramentos. Com títulos como Horizonte Mais Perto, O Trigo, Substituição, Montanha, Andarilho. Cinval criou os temas, (com trechos das citadas músicas religiosas) e as bases rítmicas sobre as quais montou a música. Além de Alpha Petulay, as guitarras de Daniel Malcriado e Junior Máximo e a gaita de Nilo Bajá.  O resultado é um dos melhores trabalhos do prolífico arcoverdense.  Vale uma conferida. (a tiragem é independente e limitada. O email do músico: cinvalcocogrude@gmail.com) Confiram Fumando no Fundo do Mar, doc, de 2007, de José Junior, sobre Cinval Coco Grude: https://www.youtube.com/watch?v=muzgujhv47c  

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