Rush celebra 40 anos de disco que definiu carreira da banda

Publicado em 10/03/2017 às 10:55
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1489153446654ed3155d4d36b6b952d54389eca130 O Rush é uma da mais peculiares da história do rock. Tem status de cult, no entanto, paradoxalmente, vendeu milhões de discos, e lota estádios por onde passa. O nível de rejeição ao grupo canadense é alto, em compensação os que o admiram são fanáticos, e muitos. Para a maioria destes últimos, o álbum 2112 é o supra-sumo da obra de Neil Peart, Geddy Lee, Alex Lifeson. 2112 completou 40 anos em fevereiro, e teve direito a reedição especial, em vários formatos. O Superdeluxe, por exemplo, contém três LPs, dois CDs e um DVD. A Universal Music lançou no Brasil, a edição Deluxe, com dois CDs e um DVD. O disco original remasterizado, em 5.1, um CD com a música do Rush tocada por nomes como Dave Grohl, Alice In Chains, ou Billy Talent, mais registros do trio canadense ao vivo no Massey Hall, em Toronto, no ano do lançamento do álbum 2112. O Rush encontrava-se numa encruzilhada quando gravou 2112. Nascido em 1968, sob forte influência do rock progressivo inglês, o grupo lançara uma trinca de álbuns pela Mercury, todos fracassos comerciais, sobretudo o terceiro, Caress the Steel. O dinheiro estava curtíssimo, temia-se que a gravadora dispensasse a banda, que fora contratada para cinco álbuns. O empresário do Rush, Ray Daniel, viajou até a sede da gravadora em Chicago para pedir que apostassem em mais um disco dos canadenses. Se até Caress Steel as influências de King Crimson ou Yes faziam-se mais que palpáveis, com o material de 2112, o grupo definiu sua personalidade, criou um estilo, que vem refinando ao longo destas quatro décadas. Em 1975, o Rush viajou pelo Canadá e EUA abrindo shows de Kiss, Blue Oyster Cult, ou Aerosmith. Os temas do quarto disco foram compostos e maturados na estrada, e gravados em quatro semanas no Toronto Sound Studios, com produção de Terry Brown, que fez um trabalho fundamental para redesenhar a sonoridade do Rush. Tudo bem, que a época fosse propícia para aventuras sônicas, porém para um trio que estava com a corda no pescoço, por que lançar um álbum decisivo para sua carreira, e ocupar um lado inteiro do LP com uma única faixa, de 20 minutos? Parecia tentativa de suicídio artístico. 2112, a faixa, é uma suíte composta por sete temas, com uma citação, na Overture (abertura), da 1812 Overture,de Tchaikovsky, com direito a uma explosão, simulacro do disparo de canhão da sinfonia do compositor russo. Não achando suficiente, a música tem influências da escritora russa, naturalizada americana, Ayn Rand, ativista anti-comunista, ideóloga da direita. Na época Neil Peart lia Anthem, um dos livros mais conhecidos de Rand. Em alguns jornais especializados, como o N.M.E inglês, o Rush foi acusado de inclinações fascistas. Mas isto não interferiu no sucesso do disco, chegou às cem mil cópias no primeiro mês, valendo Disco ode Ouro, no Canadá e EUA. Mais do que isto, garantiu a sobrevivência da banda. BÔNUS Os integrantes do Rush costumam entrar em estúdio com a quantidade de música suficiente para o disco que se propõe a gravar.Portanto nos extras desta reedição não tem outtakes (sobras). Os extras são registros ao vivo dos primeiros shows com o repertório de 2112. As faixas em que outros artistas reverenciam o Rush vêm da cerimônia de admissão dos canadenses no Rock and Roll Hall of Fame, em 2013. Um detalhe que evitou que se interferisse no conceito original do disco, como vão fazer com o Sgt Pepper’s, dos Beatles, que este ano inteira meio século. Confiram o Rush, no audio, completo, da suíte 2112: https://www.youtube.com/watch?v=AZm1_jtY1SQ

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