Primeira feira de turismo presencial realizada nas Américas ainda na pandemia da covid-19, a 32ª edição do Festuris chegou ao fim neste fim de semana, em Gramado, na Serra Gaúcha, provando que é possível retomar os eventos, desde que sejam adotados protocolos rigorosos de segurança sanitária. Um desafio vencido com a ajuda de muita tecnologia.
Todo o acesso aos pavilhões do Serra Park, onde o Festuris aconteceu, se deu em sistema de self e safe check-in, através de totens habilitados para aferir a temperatura, validar a credencial via código de barras e oferecer álcool em gel. Tudo sem toque. Nos corredores, os estandes contavam com distanciamento de quatro metros, encontros precisavam ser agendados via aplicativo e reuniões só eram autorizadas com, no máximo, seis pessoas. O uso de máscaras foi exigido em tempo integral - nem mesmo as autoridades puderam removê-las para discursar.
Com o atendimento de todas as medidas, monitoradas pela Vigilância Sanitária, o Festuris recebeu o certificado internacional "Covid Free", concedido pelo Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde (Ibes). "O nosso melhor presente foi ciceronear um grande grupo de organizadores de eventos que vieram em busca de um benchmark", celebrou a diretora da feira, Marta Rossi, destacando que o Festuris servirá de referência para os eventos que ocorrerão em 2021 no País. Cerca de 500 trabalhadores garantiram que a feira pudesse ocorrer com todas as exigências que o momento impõe.
Para a executiva, "já estava mais do que na hora de retomar os negócios no turismo", após o trauma, os aprendizados e as transformações trazidos pelo coronavírus. "Derrubamos muros e criamos oportunidades. Mesmo diante da pandemia, apresentamos um evento de qualidade", reforçou Marta Rossi durante a entrevista coletiva de encerramento do Festuris, resumindo o que se ouvia nos corredores da feira. "Nos sentimos seguros com o cumprimento dos protocolos e pudemos encontrar pessoas-chave que nos ajudarão a fechar negócios para o próximo ano", avaliou o vice-presidente do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau (PGACVB), Otaviano Maroja.
A realização do evento foi considerada uma vitória, possibilitada graças à "resiliência e ajuda de entidades, empresas e poder público", de acordo com o CEO do Festuris, Eduardo Zorzanello. Nesta edição, a feira contou com 130 estandes e cerca de 1.500 marcas representadas nos 25 mil metros de área disponibilizada para o evento. Foram registrados, ainda, 28 mil acessos ao aplicativo e seis mil reuniões. O número de inscritos chegou a cinco mil, 25% a mais do que o previsto inicialmente. No entanto, em respeito aos protocolos, apenas 1.700 pessoas podiam circular simultaneamente pela feira. Segundo Zorzanello, ainda não é possível mensurar a movimentação financeira alcançada este ano, embora os organizadores estejam conscientes de que os resultados serão mais modestos do que os de 2019, quando o Festuris teve 11 mil inscritos, gerou R$ 300 milhões em negócios e um impacto de R$ 20 milhões na economia de Gramado e arredores. "No contexto da pandemia, o importante é que decolamos, o avião já está no ar, ainda com turbulências, mas estamos em movimento e isso é o mais gratificante", ressaltou.
O otimismo já permite fazer planos para a próxima edição. Em 2021, o turismo rural será o segmento de destaque. "Esperamos que até lá já possamos voltar a nos abraçar e nos confraternizar sem restrições", reiterou Marta Rossi. Uma bênção nas alturas, a partir de um voo de balão, marcou a abertura da Festuris este ano, como forma de atrair boas energias para o turismo e desejar a chegada da redentora vacina contra a covid-19.
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