O prato teria sido criado para celebrar a vitória do comandante britânico Arthur Wellesley, primeiro Duque de Wellington, na famosa Batalha de Waterloo contra Napoleão Bonaparte, em junho de 1815. Há quem diga que o nobre, na verdade pouco afeito à boa mesa, nunca chegou a provar o Beef Wellington, filé de irresistível suculência envolto em massa fina folhada batizado em sua homenagem.
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Quem conta essa história ao servir a iguaria é o sorridente garçom paraibano do restaurante mais cosmopolita de Gramado. Com decoração inspirada em residências da família real e pubs londrinos, o George III propõe-se a fazer uma releitura contemporânea de receitas clássicas inglesas, oferecendo uma experiência multissensorial, a partir de texturas criativas e harmonizações ousadas. Tudo devidamente contextualizado.
Para fazer a imersão completa, vale se dar ao luxo do menu degustação de cinco cursos (R$ 216): duas entradas, dois pratos principais e uma sobremesa escolhidos entre as opções do cardápio regular.
O salmão curado no Earl Grey é a escolha certa para abrir os trabalhos em grande estilo. O blend icônico de chá preto com toque cítrico criado pela Twinings a pedido do primeiro ministro Charles Grey proporciona o contraste perfeito com o peixe tenro coberto com tuile de beterraba em aceto balsâmico.
O Fish and chips é outro clássico, que nesta versão ganha o acompanhamento de um inusitado molho de pimenta cambuci de origem indígena.
Na etapa seguinte, o Beef Wellington divide as atenções com o George Steak, generoso corte de Angus, guarnecido com farofa crocante de bacon caramelizado, creme de couve-flor e cebola.
O arremate é com o Strawberry of the queen. Fruta preferida da Rainha Elizabeth II, os morangos vêm nessa apresentação decorados com uma espuma de iogurte de queijo de ovelha e suspiros. De fazer qualquer plebeu se sentir um membro da realeza.
TRADIÇÃO
Do Reino Unido ao interior da Itália, Gramado tem uma oferta gastronômica variada, fomentada pelos diversos grupos de imigrantes e capaz de atender aos paladares mais exigentes. Na lista de quem se dedica sem restrições aos prazeres da mesa não pode faltar uma visita ao La Caceria, tradicional restaurante de carnes nobres de caça instalado no Hotel Casa da Montanha.
Enquanto percorre o extenso menu, o comensal pode começar a diversão com o couvert de manteigas aromatizadas, queijo sansoe, patê de fígado, cogumelos à provençal, alho assado e seleção de pães artesanais (R$ 22 por pessoa).
Difícil será escolher a estrela da noite entre os 15 convites à epifania que se apresentam, incluindo o prato da Boa Lembrança: o Javali Linha Bela (R$ 149) traz um carré grelhado ao molho de pimenta verde, aligot de queijos provolone e tomate de savoie, farofa de brioche e pistache, infusão de limão siciliano e brotos de agrião e pimenta rosa.
Já a Codorna em chamas proporciona um espetáculo sensorial inigualável ao flamejar à sua frente exalando os perfumes dos ingredientes com os quais a ave é recheada: vitela, foie gras, trufas e especiarias. Assada sobre folhado vol-au-vent, acompanha legumes da estação com fio de alho caramelizado e alecrim (R$ 129).
Para um almoço mais despretensioso, mas não menos saboroso, o Casa da Montanha conta com o Bistrô da Varanda, onde se sobressaem o Risoto montanhês (iscas de filé tomate cereja e farinha de porcini) e o macarrão Mamma mia (penne artesanal italiano, iscas de filé, cogumelos paris frescos, alecrim e nata).
Ambas as casas ainda dispõem de uma generosa carta de vinhos, com mais de 150 rótulos nacionais e internacionais.
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