O oásis da Lagoa do Japonês no Tocantins
Com seus lindos espelhos d´água, o local vem sendo incluído no roteiro do Parque Estadual do Jalapão, apesar de ficar fora dele.
Um oásis de águas cristalinas em meio à aridez do cerrado. Esta é a Lagoa do Japonês. Ela fica localizada em Pindorama do Tocantins, a 270 quilômetros da capital Palmas. Apesar de ficar geograficamente fora do Parque Estadual do Jalapão ela vem sendo incluída cada vez mais no roteiro turístico da região, a pedido dos próprios visitantes. Basta ver para saber a razão. Para quem dispõe de mais tempo e pode fazer uma programação de cinco ou seis dias no Tocantins vale muito a passagem por lá, sobretudo logo no início do roteiro, como uma espécie de esquenta para os famosos fervedouros (O JC visitou o local antes da pandemia).
A Lagoa do Japonês, definitivamente, faz valer a pena o tempo para se chegar até lá. Ela fica situada em uma propriedade particular (entrada custa R$30) e dizem que ganhou este nome porque o antigo dono era descendente de orientais. O local conta com uma estrutura relativamente boa com restaurante, bares e banheiros, onde é possível trocar de roupa para o banho. Mas antes de entrar na água, é bom levar alguns equipamentos. Caso não os tenha é possível alugar no local. Os principais são óculos de mergulho e snorkel para poder apreciar de verdade a linda paisagem submersa. Outros indicados são botas aquáticas ou calçados tipo papetes para se proteger de algumas pedras que podem ser um pouco cortantes. Mas nem se preocupe que na falta de todos eles você consegue curtir o local do mesmo jeito.
Para ter acesso à Lagoa do Japonês existem dois decks de madeira com escadinhas. Assim que for descendo já receberá as boas vindas dos pequeninos peixes que logo vão dar algumas “beliscadinhas” nas pernas. Relaxe pois é o modo afetuoso deles de recepcionarem os visitantes. Quando se mergulha no espelho da Lagoa do Japonês se percebe que a beleza que já era grande do lado de fora fica ainda mais chamativa quando refletida lá embaixo. É como se você entrasse em um novo mundo esverdeado com a água em tom de esmeralda. Os galhos das árvores espalhados no fundo bem raso mais parecem esculturas com formas diversas. Uma exposição de arte literalmente natural.
A instrutora de yôga pernambucana Thaysa Meirelles, de 36 anos, visitou o local e descreveu a sensação. “O mergulho na Lagoa do Japonês foi uma experiência bem diferente de tudo o que eu já tinha vivido até então. Além do tom de verde incrível, a temperatura da água é bem gostosa. Um lugar que dá pra relaxar muito bem. A recepção dos peixes logo no deck também chama a atenção, mas rapidinho você se acostuma”, disse.
Mas logo o mundo aquático muda de tom. Á medida em que você vai nadando para a direita rapidinho o verde vai ficando para trás e dando espaço para uma azul cintilante bem forte. Passamos da esmeralda para a turquesa. Preciosidades da Lagoa do Japonês. No local fica uma gruta que foi cuidadosamente esculpida pelo vento e se torna ainda mais bonita pela integração com a vegetação ao redor. A profundidade na área é um pouco maior, cerca de uns quatro metros, mas existe na área um deck submerso, onde dá pra se apoiar e curtir melhor o ambiente que merece muitos cliques.
“É impressionante essa mudança no tom da água quando você vai chegando nesta parte mais recuada da lagoa. O azul é tão forte que nem parece real, dá a impressão de você estar usando aqueles filtros de imagens de tão bonito que é. Sem falar na gruta que deixa o ambiente ainda mais incrível”, contou Thaysa. Vale lembrar que para os que não sabem nadar ou que simplesmente não querem ir nadando existe um pequeno bote que leva os turistas até esta área. Mas o bom mesmo é ir notando a mudança de coloração debaixo dágua, na companhia dos peixinhos.
A visitação na Lagoa do Japonês é controlada e a quantidade de visitantes por dia costuma ser limitada em 100 pessoas, para manter a conservação do local. Por isso, o indicado é reservar a ida com certa antecedência. “Me chamou a atenção o fato de que, apesar de já ter uma exploração turística muito forte, o local ainda assim é muito preservado. Então quando você chega tem a impressão de estar em um ponto da natureza quase intocável, de tanto cuidado que eles tem na região”, destacou a pernambucana. Assim é fácil perceber porque a Lagoa do Japonês vem sendo cada vez amais exigida nos passeios do Jalapão.