A beleza do Jalapão muito além dos fervedouros
Apesar de ser famoso pelas nascentes, o Jalapão tem vários outros atrativos como dunas, serras, rios e cachoeiras
O Jalapão é um daqueles convites difíceis de resistir. E não somente pelos famosos fervedouros. Entre um mergulho e outro nas conhecidas nascentes de águas cristalinas você passa por dunas alaranjadas, serras gigantescas, grandes rios e lindas cachoeiras em uma área de 34 mil km² que não cansa de surpreender. E encantar. Encravado no meio do cerrado do Tocantins, o Parque Estadual do Jalapão completou 20 anos no dia 12 janeiro deste ano. São mais de duas décadas sendo referência no ecoturismo do Brasil (O JC visitou o local antes da pandemia).
O nome do lugar, que fica a mais de 300 km da capital Palmas, vem da planta jalapa que tem várias propriedades medicinais. Visitá-lo é um santo remédio para o corpo e, principalmente, a alma. O JC te convida agora a mergulhar na exuberante natureza do local, muito além dos fervedouros. Se aventure com a gente nos diversos outros atrativos da região e veja, como foi dito no início, o quanto é difícil recusar este convite do Jalapão. Melhor não resistir.
Cachoeiras
Cem metros de largura e quinze de altura. Estas são as credenciais da Cachoeira da Velha, a maior cachoeira do Jalapão. Ela impressiona não só pelo tamanho, mas também pela beleza que pode ser melhor admirada graças a uma plataforma de madeira.
A origem do nome vem do antigo relato de pessoas que diziam ver uma senhora sentada nas pedras. Por segurança, o banho não é permitido local.
Mas existe uma ótima forma de sentir adrenalina proporcionada pela água: um emocionante rafting. Remar nas águas do Rio Novo é programa obrigatório para os amantes de aventura.
Já a Cachoeira do Formiga é bem menor e tranquila. Uma esmeralda perdida no meio do Jalapão. Ainda bem que foi encontrada. Os turistas, deslumbrados, agradecem.
Não tem como não se sentir hipnotizado pelo reluzente verde esmeralda tom das águas da Cachoeira do Formiga, uma das joias mais preciosas do local. Banhada pelo Rio Formiga, que inclusive empresta o nome ao local, a queda d’água é um dos cenários mais conhecidos e encantadores do Jalapão.
Dunas
Uma grata e linda surpresa. Assim se pode definir as Dunas do Jalapão. Elas se formam a partir da erosão da Serra do Espírito Santo e da ação do vento que deposita as areias no local. O fenômeno fez surgir a surpreendente formação de dunas bem no meio do cerrado do Tocantins. Uma paisagem única e de rara beleza que fica ainda mais charmosa a cada entardecer.
Para reduzir o impacto ambiental, o acesso ao local foi restringido apenas para o turno da tarde e as trilhas para entrar e circular também foram delimitadas. Regras necessárias, mas que em nada prejudicam o deslumbramento de visitar as dunas. O ideal é chegar no meio da tarde para apreciar o local com calma. Quando o crepúsculo se anunciar é momento de se sentar e apreciar o por do sol no pequeno deserto formado a partir da grandiosidade da natureza do Jalapão.
Pedra Furada
Um mundo de beleza a partir de um furo. A Pedra Furada é um monumental bloco rochoso esculpido pela ação do vento e da chuva. Mais parece uma moldura para enquadrar o lindo cenário do cerrado do Jalapão. A erosão foi tão perfeccionista no local que desenhou alguns furos que batizaram o local. Os pontos vazados formam cenários espetaculares porque ela está localizada em uma área mais alta com uma densa vegetação e morros ao fundo.
Por ser realmente gigante, a Pedra Furada pode ser explorada a partir de vários pontos. A dica do JC é começar pela pequena trilha à direita que leva até a maior fenda e depois seguir para a menor na hora do crepúsculo. Só não estranhe as filas para fazer pose. Os portais se mostram ainda mais magníficos com a luminosidade dos fins de tarde. Após o clique, se acomode no sofá de pedra para admirar mais um por do sol, com o selo de qualidade do Jalapão.
Serra do Espírito Santo
Um lugar para não só ver, mas vencer. Com seu formato semelhante a uma pirâmide em meio ao retilíneo paredão rochoso, a Serra do Espírito Santo é difícil de não ser notada. Difícil também é resistir ao convite de subi-la para admirar um dos mais belos nascer do sol no Jalapão. Uma trilha relativamente difícil, mas plenamente recompensadora. É preciso exigir dos joelhos para beneficiar os olhos. A subida é equivalente a um prédio de 83 andares.
Apesar do número impressionar, não se deixe pressionar. Apesar da altura ser considerável ela vai sendo alcançada aos poucos, em um ritmo confortável. A subida começa ainda de madrugada por volta das 4h e durante o caminho são feitas paradas para tomar fôlego e admirar a paisagem noturna. Quando se chega ao topo, tudo ainda está escuro. Aos poucos, o horizonte começa a se delinear com os primeiros raios solares. Basta escolher uma pedra para se encostar, curtir o friozinho da altitude e contemplar uma suada e inesquecível alvorada.
