Dieta do HCG: riscos e ineficiência

Publicado em 12/09/2016 às 15:26 | Atualizado em 12/09/2016 às 16:43
Além de não ter comprovação científica no emagrecimento, uso de HCG ainda põe a saúde em risco. Foto: Reprodução/Internet
FOTO: Além de não ter comprovação científica no emagrecimento, uso de HCG ainda põe a saúde em risco. Foto: Reprodução/Internet
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Além de não ter comprovação científica no emagrecimento, uso de HCG ainda põe a saúde em risco. Foto: Reprodução/Internet Além de não ter comprovação científica no emagrecimento, uso de HCG ainda põe a saúde em risco. Foto: Reprodução/Internet Desespero e vaidade unidos ao oportunismo de alguns profissionais promovem o cenário ideal para a disseminação de métodos “mágicos” que prometem a perda de peso quase que imediata. Uma das mais comentadas no momento, apesar de não ser nenhuma novidade, é a dieta HCG. De acordo com alguns especialistas, o uso do hormônio da gravidez, associado a um cardápio de 500 a 700 calorias, promove o emagrecimento acelerado, sendo possível eliminar cerca de 10kg em 20 dias. Segundo alguns médicos, o HCG ajuda o corpo a queimar a gordura classificada como “anormal”, mantendo as do tipo estrutural e normal, que seriam fundamentais no bom funcionamento do organismo. “O problema é que não existe essa classificação para a gordura corporal na literatura”, alertou a presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia – Regional Pernambuco, Maria Amazonas. Os ciclos do hormônio são feitos de acordo com a necessidade de perda de peso dos pacientes. Para os que desejam eliminar 10kg, 20 dias bastariam. Quem apresenta a necessidade de emagrecer ainda mais é recomendado a ampliar a aplicação para 40 dias. O uso da droga está necessariamente associado a uma alimentação muito restrita, sem açúcares, gorduras ou carboidratos. O problema é que esse método de emagrecimento vem sendo estudado desde a década de 1970 e a ineficácia foi comprovada em boa parte das pesquisas.
Foram diversos estudos, que, inclusive, estão disponíveis nos sites de busca da internet, e o que se mostrou foi que o HCG não aumenta a perda de peso, não inibe o apetite, nem acelera o metabolismo. Essa conclusão foi apontada em mais de 95% das pesquisas, com pouquíssimas mostrando algum benefício do HCG, e sem significância estatística. Ou seja, seu uso não vale a pena" Maria Amazonas, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia - Regional Pernambuco. A perda de peso observada nas pessoas que recorrem a esse método seria justificada pelo cardápio extremamente restrito a que são submetidas. “O paciente que realmente seguir vai emagrecer. O que são 500, 700 calorias por dia? Quase nada. É quase um jejum. Alguém com um metabolismo basal (quantidade de calorias que o corpo precisa para se manter nutrido por 24h) muito baixo, sem praticar atividade física nenhuma, já tem um gasto energético médio de 1.100 a 1.200 calorias”, explicou. “Não é uma forma de emagrecimento saudável. Nenhuma forma de perda de peso rápida é a ideal. Existem outras estratégias mais saudáveis, inclusive, para os que estão muito gordos e precisando de um estímulo.” Como se não bastasse a falta de comprovação científica do HCG no processo de emagrecimento, o uso desse hormônio pode desencadear ou agravar problemas de saúde. Pesquisas apontam que a droga está condicionada ao risco de tromboembolismo, que é a combinação da trombose e da embolia pulmonar. Pessoas portadoras de tumores pré-existentes desconhecidos também podem acelerar bruscamente o seu crescimento.

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