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Número de ciclistas atropelados no Brasil cresce 57% em relação a 2010

Levantamento foi feito pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet)

Agência Brasil
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Publicado em 31/08/2020 às 17:26 | Atualizado em 31/08/2020 às 17:34
Foto: Mário Oliveira/TV Jornal
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Pedalar, seja como meio de se exercitar ou para se deslocar, é um hábito que aumentou muito no Brasil nos últimos anos. Assim como a quantidades de ciclistas que se acidentam nas cidades. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o número de atendimentos hospitalares a ciclistas atropelados cresceu 57% entre 2010 e 2019.

Os acidentes desse tipo passaram de 1.024 em 2010 para 1.610 em 2019. Em 2020, até junho, já foram pelo menos 690 internações registradas no Sistema Único de Saúde (SUS). Nos últimos dez anos foram quase 13 mil internações e R$ 15 milhões a cada ano no tratamento de ciclistas que colidiram com motocicletas, automóveis, ônibus, caminhões e outros veículos de transporte.

 Alguns estados se destacam. São Paulo, o mais populoso do país, teve 4.546 internações nos últimos dez anos, liderando as estatísticas. Minas Gerais aparece em segundo, com 1.379 internações, e o Paraná em terceiro, com 892 internações nesse período.

Os números que revelam o aumento de casos se mostram mais presentes em estados como Rio Grande do Norte e Pernambuco. No primeiro, houve uma variação positiva de 1.250% no número de internações entre 2010 e 2020, e no segundo a variação foi de 678%. Minas Gerais também se destaca, com 400% de variação positiva nos últimos dez anos.

O mesmo estudo mostra que, entre 2010 e 2019, 13.718 ciclistas morreram no trânsito após se envolverem em algum acidente, 60% deles em atropelamentos.

“Isso pode estar associado ao aumento de velocidade e à imprudência, impulsionadas por este momento de menor fiscalização (gerado pela pandemia)”, avaliou o coordenador do Departamento de Atendimento Pré-Hospitalar da Abramet Carlos Eid.

De acordo com Eid, o aumento no número de acidentes e os consequentes atendimentos médicos são causados pelo maior uso da bicicleta no dia a dia, em detrimento de outros veículos. “Diversos fatores estimulam essa migração, como o excesso de congestionamento nos grandes centros, o preço do combustível e o custo módico do veículo. Por isso, a bicicleta tornou-se opção competitiva de transporte, o que exige ainda mais nossa atenção”.

FALTA DE ESTRUTURA PARA O CICLISTA

Em 2018, o então presidente da República, Michel Temer, sancionou o Programa Bicicleta Brasil, para estimular a construção de ciclovias, ciclofaixas, bicicletários e a oferecer pontos de aluguel de bicicletas. O programa, no entanto, ainda depende de regulamentação.

Para o presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior, as cidades não têm acompanhado o crescimento da demanda e não têm investido em infraestrutura suficiente. “É preciso reconhecer que, ao longo dos últimos anos, houve melhorias na estrutura de algumas cidades, sobretudo em grandes capitais como Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. No entanto, essas mudanças não acompanharam a crescente demanda de pessoas que utilizam as bicicletas como meio de transporte, esporte ou lazer.”

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