O segundo semestre do ano geralmente é marcado pela abertura de diversos programas de trainee. Apesar de a pandemia do novo coronavírus ter mudado muitas rotinas, ela não fez grandes mudanças nesse calendário. Assim, está aberta a temporada de seleção para a contratação de jovens talentos. Quem deseja conquistar uma vaga de trainee deve ficar atento a dicas de especialistas, que defendem a necessidade de se fazer autoanálise e identificar os seus valores e ambições de carreira antes de se arriscar na seleção.
"Também é importante que o candidato pesquise a cultura da empresa e o que é exigido no programa. Em seguida, faça uma reflexão questionando o quanto a empresa e o programa estão alinhados com o seu perfil pessoal e expectativa profissional. Se a resposta for positiva, estará mais preparado e confiante para participar do processo", diz a professora de gestão no Senac-PE, Danylla Ibrahim.
Para o especialista em carreiras, Adriano Lima, da AL People Performance Solutions, o candidato deve ter os pés no chão e saber que as grandes conquistas são geradas a partir do esforço. "Uma das principais características buscadas no jovem é o perfil "mão na massa", ou seja, não ter medo de fazer a atividade mais operacional e ao mesmo tempo ter competências para realizar o que é desafiador."
Segundo Danylla, os programas de trainee têm buscado dar prioridade a jovens com conectados aos processos de seleção, que serão mais dinâmicos e hi-tech. "Observo que as empresas estão buscando profissionais com mais expertise e conhecimento específico. Em tempos de dificuldades e incertezas, é importante recrutar pessoas que possam lidar com situações adversas e tenham a habilidade necessária em assuntos técnicos."
Já Adriano afirma que as companhias estão preocupadas com a forma de atrair, engajar e recrutar esse trainee, que costuma ser muito antenado ao mundo digital. "As empresas estão adotando ferramentas tecnológicas que facilitam a interação, como vídeo selfie, palestras online e cyber calls", diz.
Trainee da Unilever, conglomerado que reúne marcas Seda, Rexona e Kibon, Isabel Barbosa, de 25 anos, concorda que é muito importante o autoconhecimento. "É preciso saber quais são os seus pontos fortes e o que você gosta. Isso ajuda nas entrevistas e também para saber se a empresa é boa para você. Aqui [na Unilever] temos várias oportunidades de vivenciar os valores da empresa."
Formada em Engenharia Química, Isabel está na área de Supply. "É desafiador, mas é uma ótima oportunidade de conhecer outras perspectivas do negócio. A empresa valoriza muito o conhecimento multidisciplinar e a individualidade de cada pessoa", conta.
Na Unilever, o processo de seleção e formação de novos talentos ganhou uma novidade este ano: um site 100% acessível para as minorias. Os candidatos contam com uma página certificada de acordo com as diretrizes do WCAG (Web Content Accessibility Guidelines), entidade que garante que o conteúdo seja acessível para pessoas de diferentes grupos minorizados. Tudo, por exemplo, está disponível na linguagem de libras, os ícones são descritos em textos e existem opções diferentes de tamanhos de fontes e contrastes, além de auxílio no ícone "acessibilidade".
As inscrições no programa de trainee estão abertas até 20 de outubro pelo site unileverparatodes.com.br e é preciso ter concluído o ensino superior há dois anos para participar, mas também não há exigência por idiomas.
Para Luciana Paganato, vice-presidente de recursos humanos da Unilever, o site acessível ajuda a companhia a encontrar talentos que poderiam deixar de concorrer às vagas. "Sabemos que muitas pessoas não conseguem se destacar e desenvolver todo seu potencial por falta de oportunidades", destaca Paganato, afirmando que eliminar as barreiras de acesso às oportunidades é essencial para incluir todas as pessoas.
"Nosso programa de estágio é destinado a estudantes universitários de penúltimo a último ano de graduação, sem restrição de curso e sem exigência de língua", explica Luciana.
A garantia de um espaço para todos não é exclusividade da Unilever. A diretora executiva de RH e Assuntos Corporativos do Grupo BIG, Cátia Porto, diz que a empresa não tem um modelo único de candidato. "Entre os nossos valores estão questões como diversidade e inclusão, pois sabemos que este é um fator determinante para promover um ambiente de trabalho mais criativo e inovador, além de contribuir com o desenvolvimento da nossa sociedade", diz a executiva.
Ela conta que o programa de trainee está com 120 vagas abertas. "Estamos em busca de candidatos que tenham sinergia com a cultura da empresa, demonstrando Capacidade de Execução, Senso de Urgência, Inconformismo e Dor de Dono. Além disso, o compromisso com resultados, coragem, foco no cliente e ambição também são atributos valorizados por nós", pontua ela, afirmando que os trainees irão se desenvolver no escritório da empresa, nas lojas ou nos centros de distribuição para assumir posições de liderança ao final do programa.
Os interessados no programa do BIG tem até o dia 9 de outubro para se inscrever pelo site www.traineebig.com.br.
Participante do programa, o engenheiro de produção Leonardo Grossi, de 25 anos, atua na área comercial da empresa a experiência tem sido muito boa. "A possibilidade de trabalhar em projetos de alto impacto e de poder atuar de maneira criativa e repensar o modo como as coisas são feitas são os pontos altos do programa de trainee do Grupo Big. Ele é uma grande porta de entrada para aqueles que almejam uma carreira de sucesso no varejo."
Grossi diz que já se sente preparado para novos desafios. "Com os aprendizados que tive ao longo dos últimos meses me sinto muito mais preparado para assumir uma posição de liderança na empresa e ajudá-la a se tornar a melhor varejista do Brasil."
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