Porto Digital tenta se desdobrar

AUTOR
Cadastrado por
AUTOR
Publicado em 25/10/2020 às 2:00
Leitura:

Para tentar suprir parte de sua necessidade de mão de obra, o Porto Digital criou um programa de conversão para transformar profissionais da área de exatas que estão desempregados, como engenheiros, matemáticos e físicos, em programadores. Há também articulação com três universidades privadas para oferecer cursos de graduação de dois anos com uma grade pensada pelo conjunto das empresas de tecnologia. Apesar dos esforços, tanto Pierre quanto Rodrigo cobram uma ação mais enérgica do poder público para atender a demanda.

"Ou a gente faz um grande mutirão pela educação e pelo emprego ou a gente não vai apontar para o século 21. Não vai se colocar lá. O jogo da transformação digital está começando agora e ainda temos tempo para entrar nesse trem", declara Pierre. "O que não dá é para a gente deixar vagas ociosas em tempos de crescente desemprego", completou.

Procurada pelo JC, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) disse que reconhece a necessidade de sua atuação e que já vem desenvolvendo programas para minimizar o problema, que, segundo o diretor de Ambientes de Inovação e Formação Superior da SECTI, Carmelo Filho, atinge não só o Recife, mas todo o mundo.

"Estamos atentos a essa demanda e atuando para atender pelo menos grande parte dela. Mas vale ressaltar que esse não é uma problema apenas da cidade, mas de todos os lugares, sobretudo neste momento de pandemia", afirma o diretor.

Carmelo disse ainda que a secretaria conseguiu destinar 60% das vagas do Programa Universidade Para Todos em Pernambuco (Proupe), que oferece bolsas a alunos das 13 regiões autarquias de Ensino Superior do Estado, a estudantes que queiram se dedicar a cursos da área de tecnologia.

"É algo bem semelhante ao que o Porto Digital tem proposto aos candidatos à Prefeitura do Recife: nós pagamos para o aluno se qualificar e poder ajudar no desenvolvimento do nosso Estado", pontua, ressaltando que a iniciativa acaba levando mais profissionalização para o interior de Pernambuco.

O diretor lembrou ainda que, em 2019, foram inaugurados no campus Garanhuns da Universidade de Pernambuco (UPE) os laboratórios de Práticas em Engenharia de Software e de Pesquisa de Software e Computação Aplicada.

Os equipamentos, que receberam investimento de cerca de R$ 96 mil, são para atividades de alunos e professores do curso de Engenharia de Software e cruciais para a expansão do ambiente de inovação e a geração de tecnologia no Agreste Meridional.

"Além disso, temos a residência tecnológica no Parqtel e na Sudene, em parceria com a UPE", afirma Carmelo Filho, frisando que, diante do problema, as ações ainda são mínimas, porque enfrentam dificuldades de ordem financeira.

Comentários

Últimas notícias