O crítico de arte italiano Germano Celant, inventor do termo "Arte Povera", ou arte pobre, para designar um movimento mundial que utilizava resíduos, morreu na quarta-feira em Milão (norte) aos 80 anos, vítima do coronavírus.
"O mundo da cultura italiana lamenta o desaparecimento de um de seus grandes protagonistas. A Germano Celant, crítico da arte e curador de importantes exposições, devemos o lançamento de uma das vanguardas italianas mais férteis do século XX. A Itália permanece pobre sem seu genialidade e talento", afirmou nesta quinta-feira o ministro da Cultura, Dario Franceschini.
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Teórico, referência importante do mundo da arte, Celant batizou como arte pobre as criações de artistas que utilizavam materiais de resíduos, como terra, entulho, trapos e troncos, e lançou figuras da estatura de Jannis Kounellis.
Conhecido por vestir sempre preto, morreu em um hospital de Milão após lutar contra o vírus por dois meses.
"Celant entrará na história pelo conceito de 'Arte Povera'", comentou o arquiteto e urbanista Stefano Boeri, diretor da Trienal de Milão, ao elogiar sua defesa de uma arte mais livre, fora da comercialização e do consumismo, que utilizava materiais simples para criar obras de alto valor conceitual.
"Graças a ele, 'Arte Povera' se tornou um dos maiores movimentos artísticos da segunda metade do século XX", destacou Boeri.
Entre os protagonistas deste grande movimento artístico, destacam-se também Alighiero Boetti, Mario Merz, Gilberto Zorio, Michelangelo Pistoletto, Giuseppe Penone, Luciano Fabro e Pino Pascali.
Durante sua longa carreira, Germano Celant organizou exposições para uma série de instituições culturais internacionais, entre elas o Guggenheim em Nova York, o Centro Pompidou em Paris, a Real Academia de Artes de Londres e a Fundação Pinault em Veneza.
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Também dirigiu a Bienal de Arte de Veneza em 1997. Desde 1995, Germano Celant fazia parte da Fundação Prada, uma instituição cultural com sede em Milão e Veneza e financiada pela famosa marca de luxo, onde organizou cerca de quarenta exposições, incluindo uma retrospectiva de Jannis Kounellis em 2019.
"Estamos muito tristes pela morte de um amigo e um companheiro de viagem", reagiram os presidentes da fundação, Miuccia Prada e seu esposo Patrizio Bertelli.
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