A 8 1/2 Festa do Cinema Italiano, que já vinha sendo realizada em dezenas de cidades em edições passadas, não só no Brasil, mas como em outras localidades lusófonas, agora terá uma amplitude ainda maior neste ano, por conta de sua edição online. O festival começa nesta sexta e segue até o dia 10 de setembro, trazendo 20 longas, muitos deles vindos de grandes festivais e fazendo suas estreias no Brasil.
Do Festival de Berlim, vem Selfie, de Agostino Ferrente, documentário que registra o mundo de dois adolescentes dos subúrbios italianos a partir de seus smartphones, em um ambiente complexo e violento. Outro documentário também vem de outro grande festival, o de Locarno, por onde passou O Aprendizado, de Davide Maldi, sobre um jovem que entra em uma prestigiada escola de restaurantes, se preparando para ser garçom e e maître. Na ficção, vem o drama Martin Eden, de Pietro Marcello, que conquistou um prêmio de atuação no Festival de Veneza.
Ainda completam a programação títulos como O Rei de Roma, dirigido por Daniele Luchetti, que se utilizada da figura turbulenta do empresário e ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi para fazer uma sátira política. Entre as estreias, estão Nápoles Velada, de Ferzan Ozpetek, Normal, de Adele Tulli, Bendita Loucura, de Carlo Verdone, Como Um Peixe Fora D'Água, de Riccardo Milani, Os Mosqueteiros do Rei, de Giovanni Veronesi, A Passagem, de Federico Ferrone e Michele Manzolini, e Fortunata, de Sergio Castellitto.
Os filmes podem ser acessados gratuitamente pelo site do festival (www.festadocinemaitaliano.com.br) e pela plataforma Looke, onde estão hospedados os filmes. É necessário fazer um cadastro gratuito. Os títulos ficarão disponíveis durante todo o período, exceto O Sonho de uma Família e A Gata Cinderela, que ficarão no ar por 24h nos dias 29 de agosto e 05 de setembro respectivamente.
SUÍÇA
Desde a última quinta-feira, está também no ar o 8º Panorama Digital do Cinema Suíço, trazendo um recorte da produção recente do país. São 14 longas e dois programas de curtas, disponíveis até o próximo dia 6 de setembro. São obras que também circularam o mundo em festivais prestigiados e chegam ao público brasileiro pelo streaming, hospedados na plataforma Sesc Digital.
Mesmo com o recorte mais recente, a mostra abre espaço para filmes que tiveram caminhos reconhecidos há décadas atrás. É o caso dos dois longas do diretor homenageado Alain Tanner, que terá dois filmes na programação. Charles Morto ou Vivo, 1969, vencedor do Leopardo de Ouro em Locarno, traz a rebeldia abrupta de um pai de família cansado. Ele vem acompanhado de A Cidade Branca, 1984, que teve um passeio por Berlim, Cannes, Nova York, além de vencer um Prêmio César. Na trama, um engenheiro de um navio cargueiro passeia e registra Lisboa enquanto experimenta um vazio existencial.
Já dentro de um contexto mais recente, se destaca Madame, de Stéphane Riethauser, documentário articulado a partir de cenas de arquivos privados, com uma senhora de 90 anos e seu neto cineasta explorando o desenvolvimento de ideias de identidade de gênero dentro de um ambiente considerado patriarcal. Outro documentário disponível é O Fim do Mundo, do diretor Basil da Cunha, trazendo a história de um jovem que volta ao local onde nasceu depois de passar oito anos em um reformatório.
Na ficção, estão presentes obras como Bruno Manser: A Voz da Floresta, de Niklaus Hilber, que entra na vida de uma tribo nômade que é ameaçada pelo desmatamento. Já Bettina Oberli dirige O Vento Muda, retratando a vida de um casal que decide viver em uma região remota, de modo autossuficiente e em harmonia com a natureza. Os filmes podem ser acessados em www.sescsp.org.br/panoramasuico, onde consta a programação completa.
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