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'Flor do Caribe' tem missão de esquentar horário das seis da Globo

Com Grazi Massafera e Henri Castelli, reprise especial da novela praiana de Walther Negrão estreia nesta segunda-feira (31)

Robson Gomes
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Publicado em 31/08/2020 às 13:18 | Atualizado em 31/08/2020 às 13:18
JOÃO MIGUEL JÚNIOR/TV GLOBO
Com cenas gravadas em Natal, Grazi Massafera (Esther) e Henri Castelli (Cassiano) formam o casal protagonista da novela 'Flor do Caribe' - FOTO: JOÃO MIGUEL JÚNIOR/TV GLOBO

As dunas e o calor do Rio Grande do Norte estão de volta no horário das seis da TV Globo a partir desta segunda-feira (31), com a estreia da reprise de Flor do Caribe. A novela praiana de 160 capítulos escrita por Walther Negrão, exibida em 2013, substitui a versão especial de Novo Mundo em meio à uma série de reapresentações especiais de tramas da emissora durante a pandemia do novo coronavírus, que paralisou as gravações de folhetins inéditos do canal, e tem o desafio de manter a audiência do horário aquecida.

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Ainda que a reprise tenha sido escalada em caráter emergencial, quem se animou com a notícia da reapresentação foi o ator Henri Castelli, um dos protagonistas da trama. "Eu fiquei muito surpreso com a volta. Essa novela foi muito especial, num momento de vida pessoal que eu estava vivendo, e caiu como um presente de Deus mesmo na minha vida. Eu abracei com unhas e dentes esse projeto. [...] Flor do Caribe é uma novela de ação, de aventura, e essa volta também foi um outro presente. Porque no momento que vivemos, que está tão complicado, poder ver novamente essa novela no ar, é maravilhoso", conta o intérprete de Cassiano na coletiva virtual de relançamento.

Seu par romântico na novela, a atriz Grazi Massafera, também está feliz com a volta do folhetim, já que será a primeira reprise de sua carreira: "A reestreia tem um gostinho muito especial por conta da minha filha, que ela era muito pequenininha na época, um bebê. Quando comecei a conversar com o Jayme [Monjardim, diretor], a Sofia tinha só três meses. Então vai ter um gostinho especial assistir com ela porque é uma novela leve, uma novela bonita".

Na sinopse, Flor do Caribe levou o público para a fictícia Vila dos Ventos. Entre dunas, salinas e belas praias, a guia de turismo e bugueira Ester (Grazi Massafera) vive uma forte paixão por Cassiano (Henri Castelli), piloto do esquadrão de caças da Aeronáutica. O amor que nasceu na adolescência perdura, e o casamento passa a fazer parte dos planos do casal. Tudo muda, no entanto, com o retorno de Alberto (Igor Rickli) ao vilarejo, depois de três anos afastado. O herdeiro da rica família Albuquerque reencontra os amigos e, aparentemente, fica feliz ao vê-los juntos. Só que uma mágoa do passado implode essa amizade. Alberto, rejeitado por Ester há alguns anos, decide conquistá-la a qualquer custo, nem que para isso tenha de passar por cima de seu melhor amigo. Por considerar Alberto um irmão, Cassiano não percebe suas más intenções.

Grazi, que na época estava encarando a segunda protagonista de sua trajetória, relembra que sofreu bastante na trama. "A minha cena [mais difícil] foi a volta do Cassiano. Ele é dado como morto, ela se casa com o melhor amigo deles. Depois de anos, ele volta, e aparece na sala. O primeiro encontro dela com o Cassiano foi num momento de porrada entre ele e o Alberto, personagem do Igor. Nessas condições, é difícil dar veracidade àquilo", conta a atriz.

Além do triângulo amoroso protagonista que movimentou a novela e prendeu o público em sua primeira exibição, o folhetim ainda abordou em seus núcleos paralelos a questão do nazismo. Mesmo diante de um momento crítico na política atual, onde a relação fascismo e nazismo segue em discussão nas redes sociais, o diretor Jayme Monjardim acredita que a história não envelheceu na trama. "Não acho que envelheceu nem um pouco. Toda história de aventura, todo romance, não envelhece. E não existem temas na novela que ficaram para trás. Ela é muito atual", reforça ele ao Jornal do Commercio.

CRESCIMENTO DE GRAZI

Junto a um grande elenco como Juca de Oliveira, Ângela Vieira, Rita Guedes, Jean Pierre Noher, José Loreto, Luiz Carlos Vasconcelos, Cyria Coentro, Claudia Netto, entre outros, Flor do Caribe foi, de fato, uma grande provação para Grazi Massafera. Sua experiência anterior como protagonista em Negócio da China (2008), de Miguel Falabella, não deixou boas lembranças àquela artista que estava começando a carreira.

"Eu tinha feito Negócio da China, que eu não sabia o que estava fazendo ali, foi minha primeira protagonista. Flor do Caribe foi a segunda, e acho que eu estava começando a entender o que era aquilo ali, e estava a flor da pele com a maternidade, pois tinha acabado de ter Sofia. O trabalho de protagonista é pesado, nós gravamos todo dia, de segunda a sábado, eu fui perdendo um pouquinho de peso... (risos) Mas fui aproveitando cada momento, curtindo e sofrendo também com a rotina", recorda.

Os elogios que ela conquistou ao viver Esther no horário das seis, mal sabia ela, seriam sua grande escola para o papel posterior, que levou a uma indicação ao Emmy Internacional como Melhor Atriz: a marcante Larissa, de Verdades Secretas (2015): "Eu sentia falta era de construir um personagem. Ali [em Flor do Caribe] eu comecei a sentir esse sabor. Eu nunca tinha sentido isso. Em Larissa, eu senti de uma maneira muito potente. E também levei muito aquilo no aspecto social. Em Flor do Caribe, eu ainda estava muito no meu ego. Meu ego ainda estava em primeiro lugar. Não digo que isso é ruim porque o ego também estava me fazendo produzir. Mas acho que consegui descolar um pouco mais de mim. E hoje eu tenho um pouco mais esse discernimento, de me descolar, usar as minhas emoções, e estudar para chegar na emoção que aquela personagem precisa. Ali, em Flor do Caribe, eu comecei dar esse passo".

Por isso, rever a novela praiana a partir desta segunda-feira (31) tem um gosto especial para a sua protagonista. "Nós gravamos em lugares inacreditáveis! Cada pôr-do-sol lindo! Essa coisa de ficar junto com o elenco em viagens foi algo muito prazeroso", destaca Grazi Massafera, que completa: "De lá para cá, eu me apaixonei pela profissão. Até então eu trabalhava como atriz, hoje eu me divirto como atriz. Hoje tenho paixão pelo que eu faço. Naquela época, eu ainda não tinha descoberto como trabalhar com paixão. Eu trabalhava ainda com sofrimento, e transportava muito isso para o trabalho. E essa foi a maior das minhas transformações neste tempo".

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