Dores de cabeça frequentes, azia, intestino desregulado, queda de cabelo, bruxismo, tremores... A lista de sintomas apresentados pela jornalista Izabella Camargo, então contratada da Rede Globo, era longa como uma lista de casamento. Diagnosticada com Síndrome de Burnout, ela obteve licença médica e, ao retornar ao trabalho, foi demitida. Depois, recontratada por ordem judicial para, em seguida, finalizar seu contrato com a empresa mediante acordo satisfatório para ambas as partes.
A experiência de perder controle sobre seu próprio corpo é narrada no livro Dá Um Tempo (Editora Principium, 280 páginas, R$ 44,90), no qual ela investiga nossa relação com o tempo, mesclando entrevistas, pesquisa e conclusões pessoais.
"Só soube que o que sentia era o caminho do Burnout depois do diagnóstico em 14/08/18. Até então, tratava tudo com médicos e remédios diversos, como se um problema não tivesse relação com o outro. Por muitos anos trabalhei sob muita maquiagem para esconder uma fisionomia pálida, sem vida e com muitos remédios", explica.
Publicar um livro, por exemplo, foi um desses sonhos para sempre adiados em nome de outras urgências, palavra, inclusive, que foi ressignificada em seu vocabulário. "Hoje reconheço meus limites. Quando sobrecarrego a agenda num dia, já reduzo o numero de compromissos do dia seguinte. Isso me permite respirar melhor, consequentemente pensar melhor e não agir por impulso. Hoje tenho mais tempo e dedico mais atenção ao que realmente importa. Sei o que é essencial e não terceirizo nenhuma prioridade. Sou muito mais feliz e compreensiva hoje", garante. "Precisamos reconhecer quando é a hora de parar de fazer aquilo que não está nos fazendo bem", assegura.
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