O plano de abrir ao público a sala de cinema do Porto Digital, localizada no 16º sétimo andar do prédio, dá mais um passo adiante, com uma parceria realizada com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), que administrará o espaço. A sala foi inaugurada no ano passado e já abrigou algumas exibições, como sessões especiais do último Janela Internacional de Cinema do Recife. Agora a expectativa é de que o espaço leve ao Bairro do Recife a programação rotineira de filmes, aos moldes das salas do Derby e de Casa Forte dos cinemas da Fundaj. As sessões devem começar no final do próximo mês.
O projeto de uma sala de exibição já era pensado desde o começo do PortoMídia, centro voltado para a economia criativa do Porto Digital. Desde 2013, o PortoMídia oferece serviços importantes para a produção audiovisual pernambucana, sobretudo nos processos de finalização das obras, como mixagem de som, correção de cor, efeitos visuais e outros elementos. Sua concepção já contava com um Núcleo de Exibição, envolvendo uma galeria digital de arte e uma sala de cinema.
"Inaugurámos a sala no último Rec n'Play, ainda com planos de servir como auditório e uma extensão do Portomídia. Essa era a ideia inicial. Depois desse desenrolar, fomos atrás de parceiros e a Fundaj é uma referência em cinema. Não queríamos que fosse um cinema de circuito comercial, queríamos exibir também os filmes que são feitos no Portomídia. Decidimos fechar essa parceria, com a sala pronta para administração deles", relata Pierre Lucena, presidente do Porto Digital.
Trata-se de uma cessão do espaço para a Fundação, que se responsabilizará pela programação e funcionamento do espaço, incluindo. A receita das bilheterias serão da Fundaj, que por sua vez arcará com os custos da operação no espaço, incluindo eletricidade e contratação de pessoal.
"Há alguns meses, até antes da pandemia, a Fundação e o Porto estavam em entendimentos para atividades conjuntas e o cinema foi o primeiro item nessa pauta. Agora esse plano está sendo algo efetivo. Traremos o estilo e a marca do Cinema da Fundação, mas também nada impede propormos elementos novos e inovadores à esse modelo", explica Mário Helio, à frente da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj.
A sala do Cinema do Porto, como foi batizado o espaço, conta com 138 lugares e quatros espaços reservados à cadeirantes, em um espaço de 511 metros quadrados. Sua tela é 7x3 metros, com projetor da marca Christie modelo CP 2208 e som Dolby 7.1. Ao todo, foram investido R$ 1,8 milhão em sua construção. Lucena também fala em planos para a instalação de um café para servir ao público do cinema e ao prédio
Além das exibições rotineiras, os projetos Alumiar, acessíveis à pessoas cegas, surdas e ensurdecida, e Índigo, para crianças autistas e com síndrome de Down, também devem fazer parte da programação. Uma parcela da bilheteria será reservada aos moradores da comunidade do Pilar.
O lançamento oficial será no próximo dia 3 de novembro, ocasião restrita para convidados, com a presença prevista do Ministro da Educação, pasta responsável pela Fundaj. Ainda não há uma data fechada para a abertura ao público, mas a previsão é de que seja no final de novembro. "Ainda há alguns ajustes que estão sendo feitos. A Fundação já tem uma equipe com expertise em programação e na parte técnica, então alguma coisa será possível de imediato, com uma sala de instalações muito boas", relata Mário.
"É um espaço que vai dar novas possibilidades para um bairro que é de todo recifense. Desde nossos colaboradores, que poderão ir ao cinema após sua jornada de trabalho, mas também todas as pessoas que vão nas feirinhas, almoçar, passar na livraria, terão também o cinema, fechando um grande circuito no Bairro do Recife", conclui Pierre.
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