Quando se fala em “série de drag queen”, as pessoas mais antenadas na área remetem imediatamente ao sucesso norte-americano Rupaul’s Drag Race – que está no ar desde 2009 com 12 temporadas, além de spin-offs e formato vendido para outros países. Mas em terras tupiniquins, mais precisamente na Netflix, existe um seriado original nessa área lançado em novembro que vale a pena dar uma conferida, e que atende pelo nome de Nasce Uma Rainha.
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Todavia, diferente da empolgante competição entre drags comandada por RuPaul Charles lá fora, por aqui, as estrelas drags Gloria Groove e Alexia Twister são madrinhas de uma aspirante a drag queen por episódio. A primeira temporada, inclusive, é composta de apenas seis capítulos.
A produção da Boutique Filmes, criada por Gustavo Mello e Mari Nunes, é o primeiro formato original brasileiro de reality show para a Netflix. E Nasce Uma Rainha consiste, então, em destacar um candidato a drag queen para trazer à tona o seu lado mais glamouroso, criativo e ousado.
Exatamente por ser um formato, logo percebe-se que a atração tem uma estrutura bem definida: após apresentar o personagem central do episódio de maneira bem descontraída e fazerem seu “dragnóstico” – graças à ótima desenvoltura das apresentadoras Alexia e Gloria – o aspirante a drag passa por vários treinamentos para se apresentar num show final no encerramento do capítulo. Até lá, o participante passa por aulas de dança, interpretação e maquiagem: todas as técnicas que a arte drag precisa para uma boa performance. E junto às apresentadoras, o programa traz algumas participações especiais para ajudar as futuras drags nesse processo de “nascimento:” Tiago Abravanel, Vinicius Nascimento, Silvero Pereira, Ginger Moon, o cantor pernambucano Johnny Hooker e a cantora Larissa Luz.
DIFERENCIAL
Com todo o glamour que o universo drag possui, Nasce Uma Rainha se diferencia também por trazer o lado humano de cada participante ao propiciar uma jornada de autoconhecimento e empoderamento aos participantes. Com isso, o programa busca trazer mensagens inspiradoras sobre liberdade, realização de sonhos, diálogo e tolerância.
É nesse momento que cresce a participação de Gloria Groove, por exemplo, que conversa com parentes ou pessoas especiais para esses aspirantes a drag queen, mas que de certa forma, não aceitam – a princípio – o desejo daquele personagem. A atração também quebra seu próprio protocolo no episódio três ao trazer como participante uma mulher lésbica para se transformar em drag king, ampliando ainda mais o discurso de diversidade no qual o formato se propõe.
Ao final da temporada, vemos o nascimento de seis lindas drag queens: Paola Di Verona, Juju Glow, Carlão Sensação, Ramona, Indra Haretrava e Adla Davis. E Nasce Uma Rainha cumpre uma missão de trazer não só um reality cheio de glitter sobre drags, mas sim de dar luz e protagonismo a estas pessoas do universo LGBTQIA+ que, em pleno século 2020, ainda seguem marginalizadas e discriminadas no nosso País por buscarem apenas o seu espaço de fala e expressão, sem precisar descer do seu salto e retirar a marcante maquiagem.
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