A noite desta quinta-feira (17) na TV aberta promete ser um prato cheio para quem é fã de reality shows. Ambos ao vivo, a Record exibe hoje a grande final de A Fazenda 12, que sai de cena como um surpreendente sucesso de audiência e repercussão; e na Globo, a final da nona temporada do The Voice Brasil. Além das expectativas pelos desfechos destes programas, a briga ponto-a-ponto no Ibope tem tudo para esquentar os bastidores destas emissoras, mas as duas atrações também consolidam a força deste formato em plena pandemia do novo coronavírus.
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No reality rural da Record TV, após três meses de confinamento, o público terá que escolher entre Biel, Jojo Todynho, Lipe Ribeiro e Stéfani Bays para um deles levar o cobiçado prêmio de R$1,5 milhão de reais. Nas entrelinhas, será uma briga de dois cantores versus dois participantes de outro reality show, que também fez sucesso este ano: o De Férias Com o Ex, da MTV Brasil.
Já na TV Globo, a grande final do The Voice – que penou um pouco mais em audiência este ano devido ao estrondoso sucesso da Fazenda – reúne Izrra (Time Brown), Ana Canhoto (Time Lulu), Victor Alves (Time IZA) e Douglas Ramalho (Time Teló). O vencedor também será escolhido por voto popular para levar um prêmio de R$ 500 mil, um contrato de gravação com a Universal Music e gerenciamento de carreira.
FASCÍNIO E ESCAPE
A ansiedade do público em acompanhar qualquer uma destas finais reflete em algo maior: a fixação do público por reality shows em 2020. Em um ano completamente atípico em virtude da pandemia, que fez paralisar grandes produções de entretenimento, ver estes “shows de realidade” se adaptando à situação caótica para levar um escape aos telespectadores que mal podiam sair de casa se refletiu em audiência e participações bastante expressivas do público em votações. Começou com o BBB20 (Globo) no início do ano, que fazia sucesso antes da pandemia ser decretada e viu seus números e repercussão crescerem ainda mais em período de isolamento social, passando por realities do streaming como Casamento às Cegas, The Circle Brasil e Brincando com Fogo, na Netflix, bem como A Fazenda 12, que termina hoje com êxito semelhante e até maior, a ponto de liderar a audiência na TV aberta em várias ocasiões nesta temporada.
Ao Jornal do Commercio, o crítico e colunista de TV do UOL, Mauricio Stycer, justificou o fascínio dos telespectadores por este formato este ano: “Assim como o BBB20, A Fazenda 12 ofereceu entretenimento ao vivo na televisão. Foram dois eventos raros neste ano de pandemia, com tantas restrições à gravação de conteúdos originais. Não à toa, os dois realities tiverem crescimento de audiência em relação ao ano anterior, grande faturamento comercial e bateram recordes de engajamento. Acho que essa foi a chave do sucesso”.
Junto a esses fatores, Flávio Ricco, colunista de televisão aqui no JC, também explica o êxito do programa apresentado por Marcos Mion na Record em 2020. “[Ciente da pandemia,] A Fazenda foi cuidadosamente produzida. [...] A produção também foi feliz na escolha dos participantes. Foi um pessoal que dá barulho, repercute, que tem muitos seguidores nas redes sociais. E isso tudo movimenta o programa e proporciona resultado. Para você ter ideia, esta edição é a terceira em audiência, só perde para a primeira (2009) e a terceira edição (2010)”, detalhou o jornalista.
A sensação de “ter o poder” de decidir também é algo que atrai o grande público destes formatos. Então, seja para um reality de convivência ou um reality musical, no final, hoje à noite, os telespectadores é que saem ganhando por se envolverem mais nesta “realidade paralela” do entretenimento que nos leva a esquecer um pouco da dura realidade amplificada por esta pandemia. Pois ao contrário da Fazenda ou do The Voice Brasil, por aqui na vida real, ainda estamos longe de “uma grande final”.
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