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Irmãos Helton & Vertin lançam 'Artista', o primeiro disco em dupla

Pernambucanos entregam um trabalho autoral de 11 faixas repleto de sotaques e ritmos

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Robson Gomes

Publicado em 01/02/2021 às 19:24
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Artista é o nome do primeiro álbum dos irmãos Helton & Vertin. Lançado em parceria na metade de janeiro, e disponível nas plataformas digitais, o disco autoral de 11 faixas apresenta composições existencialistas que dialogam com temas da sociedade. “Os Moura”, como são conhecidos, buscam representar o lugar deles, o Sertão brasileiro, especialmente pernambucano e baiano, trazendo sotaques e projeções das vozes, além de letras tratadas como poesia.

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“Os caminhos que percorremos em nossa estrada somaram para a realização do álbum. As vivências no Sertão, com a calmaria de uma cidade interiorana pequena, e também em cidades grandes caóticas mexeram com a arte da dupla. As composições de Artista retratam assuntos de cunho universal, do ser humano, da existência, de si e do outro”, afirma Helton. “É um trabalho com caráter antropológico e político-social e que contém influência de tudo do mundo que nós dois vivenciamos até aqui”, pontua Vertin.

Na trajetória musical, os Moura dividiram experiências com artistas como Lirinha, Almério, Flaira Ferro, Juliano Holanda, Marcelo Jeneci, entre outros. “A gente soma juntos quase 70 anos. Vertin, natural de Juazeiro/BA e radicado em Arcoverde (Sertão de Pernambuco) tem 30, enquanto eu, com 39, nasci em Arcoverde, mas vivo na Região Metropolitana do Recife”, destaca Helton. 

O álbum completo foi gravado com as participações do pernambucano Juliano Holanda, que divide a letra Depois do Fim com Helton, do baiano Tuzé de Abreu na flauta (música Tudo é o Melhor), do poeta baiano Nelson Maca na composição/voz da faixa Nossa Feiura Bendita, de Amanda Ferraresi no violoncelo (Agora Aguenta) e do cearense Joaquim Izidro, parceiro na composição Cuide-se com Vertin. A produção de Artista passou por Arcoverde, Recife, Aldeia dos Camarás e São Paulo, de dezembro de 2018 a junho de 2020.

Vertin evidencia que Artista tem um conceito dependente dos amigos. “A gente sempre diz que é artista independente, mas digo agora que somos artistas dependentes. Dependemos uns dos outros. Esse álbum partiu disso mesmo”, declara. “O trabalho foi produzido com o apoio da família, dos amigos e das amigas, além de gravado em nossas casas”, reforça Helton.

O álbum conta com uma variação sonora: rocks, baladas, frevo, ijexá medieval, axé, toré, música erudita/clássica. O caráter cosmopolita compete à sonoridade diversa e a poesia existencial. “As diversas influências rítmicas presentes nas músicas de Artista, a partir da inserção de diferentes elementos, dão uma formação sonora mais próxima das bandas de rock”, comenta Helton. “A base rítmica das faixas varia e os elementos utilizados estão associados à música pop”, completa Vertin.

Resista, um dos singles do álbum, foi lançado no dia 18 de dezembro do ano passado, junto com um clipe. Produzida durante a pandemia, a música trata de problemas históricos de ordem social, ética e política, sendo considerada um mantra da resistência do trabalhador autônomo e do artista neste mundo. A ideia surgiu justamente das angústias do século 21 sentidas pelos irmãos Moura.

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