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30 anos de Luan Santana: 'Quero ser lembrado pelo romantismo'

Em entrevista exclusiva ao JC, cantor e compositor sertanejo faz um balanço de suas três décadas de vida completos neste sábado (13)

Robson Gomes
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Robson Gomes
Publicado em 13/03/2021 às 11:00
BRUNO FIORAVANTI/DIVULGAÇÃO
MOMENTO Sem poder comemorar os 30 anos com seu público, Luan Santana tem se dedicado a produzir músicas - FOTO: BRUNO FIORAVANTI/DIVULGAÇÃO
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Se "quando é pra acontecer tem dia, lugar e hora", milhões de fãs estão comemorando este 13 de março com afinco. É que em 1991, há 30 anos, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, nascia Luan Rafael Domingos Santana. Mas o público só ia ter noção deste jovem como artista aos 17 anos quando, em meados de 2009, estourou nas paradas de sucesso com um certo "meteoro" e dando um novo fôlego ao que chamamos hoje de sertanejo universitário.

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Hoje, completando três décadas de vida neste sábado (13), Luan Santana acumula um séquito de fãs apaixonadas e números invejáveis: quatro vezes indicado ao Grammy Latino, 5,5 bilhões de streams, 82 vezes primeiro lugar nas rádios brasileiras e mais de 70 milhões de seguidores em suas redes sociais. E em entrevista exclusiva ao Jornal do Commercio, o cantor e compositor faz um balanço da sua vida e carreira. Confira.

ENTREVISTA // LUAN SANTANA

JORNAL DO COMMERCIO - Antes de você ser o Luan Santana, vem o Luan Rafael, este que completa 30 anos hoje. Qual o balanço que você faz do Luan Rafael nestas três décadas de vida?

LUAN SANTANA - Caramba, um balanço bem positivo. Olhando para trás, faria tudo igual. Abraçaria meus sonhos da mesma forma. Sou grato a Deus e, principalmente, a minha família, por todo apoio, para que o Luan Rafael completasse o Luan Santana. 

JC - A chamada "crise dos 30" chegou para você de alguma forma?

LUAN - Cara, não. Sou bem seguro. Sei o que quero. Claro que bate às vezes aquela bad, mas a maturidade que os 30 anos te proporciona te segura. Me sinto mais seguro, maduro. Estou numa fase de colher os frutos, de boas energias. Eu amadureci na imagem e no som. É um processo natural. Parafraseando o Raul Seixas, a gente é um ser mutante, uma metamorfose ambulante. Me sinto na melhor fase da minha vida e da minha carreira. 

JC - Se pudesse escolher um momento (pessoal ou profissional) para viver novamente dos últimos 30 anos, qual seria e porquê?

LUAN - Quando me senti acolhido pelo País. Quando minha música chegou na casa de cada brasileiro. Minha vida pessoal, nesses 13 anos de carreira, esbarrou demais na profissional. Eu agarrei meu sonho na música e segui em frente. 

JC - Suas fãs te cobram para que você seja mais digital - o que está acontecendo lentamente. Você curte esse mundo on-line ou prefere ficar afastado?

LUAN - Eu entendo os meus fãs e peço desculpas, muitas vezes, pela minha ausência. Mas, peço compreensão também nesta nova fase. Estou totalmente focado no novo trabalho, é uma nova gravadora, nova fase... Vem muitas novidades. Vai valer a pena esperar. E sobre a segunda pergunta, creio que a sua realidade, sua verdade, reflete nas redes. Quem te conhece e te ama, entende. O virtual tem de ser o reflexo da essência real.

JC - Neste 30 anos, o que você tem mais orgulho de ter feito até aqui e porquê?

LUAN - De poder ter dado voz a muitas causas. De ajudar o próximo. De mudar a vida de muita gente com a minha arte. Mudar não digo só financeiro, digo com palavras, com a música. Eu recebo muito e-mail de pessoas que estavam passando por algum momento difícil na vida, na saúde, e que se inspiraram em mim, e se curaram, melhoraram... Isso é o que mais me orgulha. 

JC - Seus 30 anos chegam num momento difícil no mundo devido à pandemia. Que reflexões ou aprendizados você tem adquirido nesse processo?

LUAN - Valorizar ainda mais nossa família, nossos amigos, a vida, o outro, ter empatia, valores que sempre tive. Estou compensando este período sem shows, viagens, para produzir, pesquisar muito. Tem sido uma fase de renovação pra mim. Principalmente a fase de composição e produção. Tenho aproveitado a pandemia para me dedicar a produção de músicas. Agora, com o contrato com a Sony Music, tenho me dedicado cada vez mais a esse novo passo que pretendo dar em minha carreira. Praticamente, estou morando na minha casa estúdio, gravando, compondo e produzindo... A arte é que nos move. Tenho vivido um período de tudo ao mesmo tempo agora. Esta é a máxima. Creio que nesta fase de pandemia, neste momento tão sensível pelo qual passa a humanidade, a gente fica com a mente pensando em tantas coisas... É como fala naquela música de Zeca Baleiro: "Eu me sinto tão a flor da pele", que todo assunto me toca a alma. A criatividade vem à tona. Einstein dizia que é na crise e nos momentos de adversidades que aflora o melhor de cada um, assim creio que a criatividade vem à tona. Ele dizia: "Não, pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar ‘superado’... Sem crise não há desafios; sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um...". Deve ser um sentimento coletivo o que sinto. Então, a criação me ajuda. O fazer movimento em parceria com ONGS como SOS Pantanal e CUFA me impulsiona.

JC - Recentemente, você se envolveu diretamente com a causa das queimadas do Pantanal. Como artista, como você enxerga a necessidade e importância desses posicionamentos frente à sociedade atual?

LUAN - O Pantanal faz parte da minha vida. Sou nascido em Campo Grande. As minhas melhores memórias são neste local. É um lugar que me remete paz. Além de ser brasileiro, cidadão, nascido e criado no Mato Grosso do Sul, artista, formador de opinião, me senti no dever e na obrigação de socorrer este meu pedaço de chão, o nosso paraíso e um dos maiores biomas do Planeta.. A união faz a força! A música Pantanal Chama é uma parceria minha e do Matheus Marcolino e foi composta, especialmente, para ser o tema do movimento. Recentemente, enviei para um hospital de Manaus, concentradores de oxigênio, que são máquinas que dispensam o uso dos cilindros de oxigênio e ajudam a manter os pacientes respirando. Sem dúvida, temos o poder de usar a nossa voz para ajudar os mais necessitados. Como artistas, temos que nos engajar ainda mais, em ajudar. Juntos somos mais fortes!

JC - Se pudesse resumir seus 30 anos de vida numa música do seu repertório, qual seria e porquê?

LUAN - Dia, Lugar e Hora, pela essência do que esta música propõe: tudo tem o seu dia, lugar e hora.

JC - A curto prazo, quais são seus próximos passos profissionais?

LUAN - Estou bem focado na minha carreira, nova gravadora e o foco também internacional. Estamos no processo de produção, composição. Em breve, vem muita coisa boa por ai!! O Luquinhas (Lucas Santos), que mora em Los Angeles, produz remotamente e o Gabriel Lolli, aqui do Brasil. Estou em estúdio direto, criei uma casa estúdio, na região de Alphaville (São Paulo).

JC - Como você quer que o Luan Santana seja lembrado nos próximos 30 anos?

LUAN - Pela minha verdade, pelo romantismo. Falar de amor da forma mais verdadeira. Retratar em minhas canções o que as pessoas pensam e passam.

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