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Morre o cordelista e xilogravurista José Costa Leite, aos 94 anos

Paraibano fez carreira em Pernambuco, onde foi eleito Patrimônio Vivo por suas contribuições à cultura

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Márcio Bastos

Publicado em 24/08/2021 às 16:55 | Atualizado em 24/08/2021 às 16:55
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Faleceu na na manhã desta terça-feira (24) o cordelista, poeta e xilogravurista José Costa Leite, aos 94 anos. Paraibano, mudou-se aos 11 anos para o município pernambucano de Condado. Ele era Patrimônio Vivo do Estado desde 2006.

José Costa Leite estreou na literatura de cordel em 1947, vendendo, declamando e escrevendo folheto de feira. O primeiro almanaque foi feito em 1959, para o ano de 60, e chamava-se, àquela época, Calendário Brasileiro, segundo informações da Secult/Fundarpe. As primeiras xilogravuras são de 1949, para os folhetos autorais O rapaz que virou bode e A peleja de Costa Leite e a poetisa baiana.

Na infância e adolescência, trabalhou no corte da cana, plantou inhame, foi cambiteiro, cambista, mascate, camelô de feira. Sem acesso à escola formal, foi alfabetizado enquanto imitava outros poetas do cordel. Aos 20 anos, produziu e comercializou os primeiros folhetos nas feiras: "Eduardo e Alzira" e "Discussão de José Costa com Manuel Vicente", ambos de sua autoria. José Costa Leite teve sua vida contada no livro Histórias e práticas culturais do poeta José Costa Leite (Editora Appris), do historiador Geovanni Gomes Cabral, lançado em 2020.

"Ficamos tristes com a notícia da passagem do poeta José Costa Leite, uma referência nacional do cordel. Ele deixou uma obra importante para o Brasil. Foi um cronista do seu tempo", comentou Gilberto Freyre Neto, secretário Estadual de Cultura.

"A cultura popular perde muito com a morte de José Costa Leite. Foi um dos primeiros mestres a receber o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, em 2006, e permaneceu atuante no seu oficío de contar histórias. Mostrou, com a simplicidade e delicadeza da literatura de cordel, a sua forma de ver o mundo", declarou Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe.


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