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'Respirar': Novo disco ao vivo do Diante do Trono é o mais íntimo do grupo

Vigésima gravação do ministério liderado por Ana Paula Valadão prima pelo minimalismo, mas não com menos unção

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Robson Gomes

Publicado em 21/09/2021 às 17:50 | Atualizado em 21/09/2021 às 18:12
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O Diante do Trono lançou nesta terça-feira (21) nas plataformas digitais o novo disco ao vivo intitulado Respirar (Onimusic, 2021). Liderado pela cantora e pastora mineira Ana Paula Valadão Bessa, a vigésima gravação da chamada 'série Diante do Trono' foi realizada em dezembro do ano passado na Estância Paraíso, em Sabará/MG, durante o Congresso DT - Porção Dobrada, realizada de forma virtual. Após lançar as seis faixas em formato de single nos meses anteriores, o disco chega com estas canções, mais duas faixas espontâneas (cânticos e ministrações feitas após cada música).

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O novo álbum abre com Deixa a Luz Entrar: uma versão em português de Ana Paula Valadão para Let The Light In, interpretada pela cantora gospel norte-americana Kari Jobe, lançada em outubro de 2020. Jobe também é a cantora de Revelation Song, que o Diante do Trono gravou em 2010 como Canção do Apocalipse, e é um dos grandes hits do grupo mineiro, que tem pouco mais de 20 anos de carreira. A faixa inicial mantém a tradição de abrir os álbuns do DT com uma música animada, de júbilo. Há também os agudos de Ana Paula bem executados a medida em que a canção cresce e ganhando corpo.

Com produção musical de Gustavo Soares e direção de vídeo de Mike Lacerda, o álbum segue a tendência adotada pelo ministério desde o Sol da Justiça (Som Livre, 2011), que traz arranjos mais simples para facilitar a execução em igrejas. E após a primeira faixa, a ex-integrante do DT, Ana Nóbrega é a convidada especial para a faixa Suspiro. Com vozes que combinam muito bem, todavia, a convidada não tem grande destaque vocal, funcionando mais com uma boa segunda voz para a letra autoral de Ana Paula.

Respirar, a música tema, vem logo em seguida. Apesar de ser uma canção perfeita para os dias atuais, a líder do grupo compôs esta canção em 2019, antes da pandemia, como o marco do fim de um período sufocante que ela estava atravessando. Mesmo assim, a belíssima letra junto ao poético arranjo - quase acústico de voz e violão - e a interpretação de Ana Paula fazem a diferença. Os backing-vocals do coral Black To Black também se sobressaem positivamente na canção. Fazendo falta, apenas, um momento de espontâneo para ela.

Se faltou um cântico espontâneo em Respirar, ela vem em seguida, após Sobre as Ruínas. Ao estarmos em tempos difíceis, de depressão em massa em virtude da pandemia, poder ouvir uma canção como esta, que convida o ouvinte a enxergar a beleza de Deus nos momentos mais críticos, faz dela outra música importante do álbum, como um sopro de esperança. E na faixa espontânea, acertadamente, Ana Paula ministra uma breve palavra de cura e restauração.

Em seguida, Não Ficou Assim quase passa despercebida pelo álbum, não fosse a boa ponte, seguida da subida de tom na parte final da música. E fechando o disco, Ana Paula Valadão convoca o jovem cantor Gabriel Guedes para dividir os vocais em Te Adoramos. Esta faixa é a mais ouvida do disco quando foi lançada em formato de single e, ao final, o público ainda é brindado com a faixa espontânea, que traz citações às canções Preciso de Ti (hit do DT que completou 20 anos de lançamento este ano) e Mais Perto Quero Estar. Na ministração, Ana Paula clama por um novo sopro de vida, se revelando uma emocionante troca de gerações à frente dos louvores.

ÍNTIMO E MINIMALISTA

Por tudo isso, conclui-se que Respirar, o vigésimo álbum da série Diante do Trono é, definitivamente, o mais íntimo e minimalista da história do Ministério, não só por ter menos canções, menor duração e ausência de plateia (uma das marcas das gravações do DT). Ao seguir a premissa de que "menos é mais", o álbum não deixa de ter menos unção e mensagens edificantes. Mas este trabalho convida o público a uma atmosfera mais pessoal de comunhão com Cristo. Em outras palavras: são 52 minutos aproximados de um projeto que parece não ser gerado para ser compartilhado com multidões. É uma experiência para ouvir e viver para si, em sua plenitude.

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