Após lançamento de A Menina Que Matou Os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais, veja como estão os envolvidos no Caso Richthofen atualmente
19 anos depois, lançamento de filmes lança novo interesse sobre os crimes
Quase 20 anos já se passaram das mortes de Marísia e Manfred von Richthofen, mas o caso continua gerando interesse. O lançamento de dois filmes, "A Menina Que Matou Os Pais" e "O Menino Que Matou Meus Pais", sobre o crime brutal voltou a reacender o interesse no tema e em como estão os envolvidos hoje em dia.
O engenheiro e a psiquiatra foram mortos a pauladas enquanto dormiam em casa, em São Paulo, pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos. A mandante do crime foi a filha do casal, Suzane von Richthofen.
O crime aconteceu em 31 de outubro de 2002. Inicialmente investigado como latrocínio - roubo seguido de morte -, logo passou para um homicídio, com o possível envolvimento dos três. O trio confessou o crime pouco depois, em 8 de novembro.
Em 2006, os três foram condenados pelo crime. Suzane e Daniel receberam pena de 39 anos e 6 meses de prisão. Cristian foi condenado a 38 anos e 6 meses de prisão.
- Relembre a carreira de Carla Diaz, de 'Chiquititas', 'O Clone', 'BBB21' até Suzane von Richthofen
- Entenda a diferença entre as condenações de Suzane von Richthofen e dos irmãos Cravinhos
- Carla Diaz, protagonista nos filmes sobre caso Richthofen, muda o visual
- Suzane Von Richthofen e irmãos Cravinhos receberam dinheiro pelos filmes?
Suzane von Richthofen
Suzane é o rosto mais comum nos noticiários mesmo depois de tanto tempo do crime. Todo ano, suas "saidinhas" temporárias do presídio de Tremembé, onde cumpre a pena, estampam páginas de jornais. Desde 2015 ela tem direito ao benefício, quando recebeu autorização de ir para o regime semiaberto.
Na cadeia, Suzane é conhecida por ter bom comportamento. Ela teve dois relacionamentos que chegaram à mídia nesse tempo presa. Primeiro, namorou com Sandrão, outra presa que cumpria pena por sequestro e morte de uma criança. Em 2016, começou um relacionamento com Rogério Olberg. Eles chegaram a noivar, mas acabaram em março do ano passado.
Esse mês, Suzane recebeu autorização da Justiça para cursar Farmácia na Faculdade Anhanguera, em São Paulo. Com isso, poderá sair da cadeia às 17h e retornar às 23h55. Quando foi presa, ela tinha 18 anos e era universitária, cursando Direito na PUC-SP.
Suzane foi à Justiça para tentar impedir o lançamento dos filmes "A Menina Que Matou Os Pais" e "O Menino Que Matou Meus Pais", nos quais é vivida por Carla Diaz, mas o pedido foi recusado.
Daniel Cravinhos
Daniel tinha 21 anos na época do crime. Ele era aeromodelista e namorava Suzane. Foi para o regime semiaberto em 2013 e está cumprindo o restante da pena em liberdade desde 2018.
A autorização para o regime aberto foi atrasada porque ele esteve envolvido em tráfico de produtos restritos a hospitais dentro da cadeia. Com isso, em 2017 teve que ficar mais três meses em regime fechado.
Desde 2014 Daniel está casado com a biomédica Alyne Bento, 34, que é filha de uma agente penitenciária. Uma reportagem da Veja indica que ela chegou a perder dois empregos em laboratórios quando os patrões descobriram que o marido dela era Daniel Cravinhos.
Nos filmes, Daniel é interpretado por Leonardo Bittencourt.
Cristian Cravinhos
Cristian recebeu direito a cumprir a pena em regime aberto em 2017, mas no ano seguinte foi condenado por corrupção e a pena a cumprir aumentou para 41 anos e 10 meses. Com isso, voltou para o presídio de Tremembé.
Na época, Cristian se envolveu em uma briga de bar em Sorocaba (SP) e a polícia quando o revistou encontrou com ele munição de uso restrito. Para não ser preso, perdendo assim direito ao regime aberto, ele então tentou subornar os policiais, que não aceitaram.
Na época, Cristian acabou absolvido da acusação de posse ilegal de munição, mas foi condenado pela tentativa de suborno.
Em 2020, Cristian virou notícia quando tentou processar a série Investigação Criminal, por usar 12 fotos suas. Ele pedia R$ 500 mil, mas a Justiça negou.
Também nesse ano, o filho de Cristian pediu anulação da paternidade. Na época do crime, o jovem tinha apenas 3 anos e ele afirmou que toda vez que apresentava um documento sofria constrangimento por conta do nome do pai. Desde 2009 ele conseguiu retirar o sobrenome Cravinhos, mas ele queria remover também o nome de Cristian.
Nos filmes, ele é vivido por Allan Souza Lima.
Andreas von Richthofen
Irmão de Suzane, ele tinha 15 anos na época em que os pais foram mortos. No dia do crime, o garoto foi levado por Daniel e Suzane para uma lan house, onde ficou jogando. Enquanto ele estava lá, o crime aconteceu.
Depois da morte dos pais, Andreas passou a viver com a avó, Lourdes Maganani Abdalla, e o tio, o ginecologista Miguel Abdalla Neto. Ele tentou levar uma vida bastante privada, para evitar o interesse que o caso gerava.
Em 2005, ele foi aprovado para cursar Farmácia e Bioquímica na USP e seguiu carreira acadêmica. Ele voltou a ser notícia em 2017, quando, aos 29 anos, foi detido após invadir algumas casas em São Paulo. Quando a polícia chegou, ele parecia confuso e falava coisas desconexas. Ele foi levado ao Hospital Municipal do Campo Limpo e o tio foi até lá buscá-lo.
Na época, foi divulgado que Andreas tinha problemas com álcool e maconha. Ele foi levado para uma clínica de recuperação.
Em junho desse ano, a Justiça de São Paulo determinou a penhora de um imóvel de Andreas, recebido de herança dos pais. Ele recebeu a casa, no Ibirapuera, em maio de 2008, na partilha dos bens. Suzane não teve direito à herança.
A única vez que Andreas falou publicamente sobre o assassinato dos pais foi em 2015, quando escreveu uma carta que entregou a um repórter da Rádio Estadão.
Veja abaixo a carta completa:
É em nome do excelente trabalho do qual o Sr. participou, ao condenar a minha irmã Suzane Louise von Richthofen e aos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, e também de toda sua história na justiça brasileira que me sinto compelido a abordá-lo.
Escrevo-lhe esta mensagem por vias igualmente públicas às quais o Sr. se vale para comentar o caso da minha família. Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento. Encare da perspectiva existencialista. No entanto observo que o Sr. faz diversos apontamentos referindo a um suposto esquema de corrupção, do qual meu pai, Manfred Albert von Richthofen, teria participado e cujos resultados seriam contas no exterior em enormes montantes. Gostaria que o Sr. esclarecesse essa situação: se há contas no exterior, que o Sr. apresente as provas, mostre quais são e aonde estão, pois eu também quero saber e entendo que sua posição e prestígio o capacitam plenamente para tal. Mas que se isso não passar de boatos maliciosos e não existirem provas, que o Sr. se retrate e se cale a esse respeito, para não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputação de pessoas que nem aqui mais estão para se defender, meus pais Manfred Albert e Marísia von Richthofen.