Brasil já ganhou um Oscar? 'Deserto Particular' é a aposta do País para 2022
A Academia Brasileira de Cinema anunciou nesta sexta-feira (15) que 'Deserto Particular', do diretor Aly Muritiba, será aposta nacional
Em busca da sua primeira estatueta, o Brasil já tem escolheu seu candidato ao Oscar 2022. A Academia Brasileira de Cinema anunciou nesta sexta-feira (15) que "Deserto Particular", do diretor Aly Muritiba, será a aposta do País para a disputa de Melhor Filme Internacional na premiação. O País quer, pela primeira vez em 23 anos, voltar a disputar a final da categoria. Desde 1999, quando o aclamado "Central do Brasil" chegou entre os favoritos na premiação, que um filme brasileiro consegue a indicação.
O filme "Deserto Particular" ainda não estreou, com previsão de chegar às telonas nacionais a partir de 18 de novembro. O longa-metragem é centrado na história de um policial de Curitiba. De caráter exemplar, acaba cometendo um erro que coloca em risco sua carreira e sua honra. "Quando nada mais parece o prender a Curitiba, Daniel parte em busca de Sara, uma mulher que mora no Sertão, com quem se relaciona virtualmente", aponta a sinopse.
Apesar da indicação, a produção ainda não estreou oficialmente. Ele foi exibido pela primeira vez no Festival de Veneza, na mostra paralela Venice Days, ganhando o prêmio do público. No dia 21 de outubro, ele será exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Já nas salas de cinema, ele chegará no dia 25 de novembro.
ESCOLHA
"Deserto Particular" superou o favorito "7 Prisioneiros", que foi dirigido por por Alexandre Moratto, sendo distribuído pela Netflix. É a segunda vez seguida que um vencedor do Festival de Veneza sai como indicado pelo País. No ano passado, o documentário sobre Babenco, dirigido por Bárbara Paz, foi o escolhido para representar o País. Já no Oscar 2020, "A Vida Invisível", de Karim Aïnouz, derrubou o favorito "Bacurau", de Kleber Mendonça Filhos. Ambos não chegaram à final.
Para a ABC, pesou a mensagem sobre o amor que o filme passa. “Foi uma escolha difícil. Ficamos entre alguns filmes, considerando cinematografia, temas e por fim, chegamos a um consenso. É sempre uma escolha difícil quem representa o Brasil pro mundo. Tivemos excelentes filmes inscritos, com uma representação muito diversa de cinematografia brasileira, de diferentes estados, e todos eles muito engajados.", disse Leonardo Edde, presidente da comissão.
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"DESERTO PARTICULAR traz um tema importante: como o amor pode ser agente de transformação. É disso que o mundo precisa hoje.”, complementa o texto. A Academia de Cinema de Hollywood anunciará os finalistas no dia 8 de fevereiro de 2022.
Também concorriam os filmes: "A Nuvem Rosa", "A Última Floresta", "Cabeça de Nêgo", "Callado", "Carro Rei", "Cavalo", "Doutor Gama", "Limiar", "Medida Provisória", "Meu Nome é Bagdá", "Por Que Você Não Chora?", "Selvagem" e "Um Dia com Jerusa". O longa "Medida Provisória", dirigido por Lázaro Ramos, também era um dos favoritos à indicação.
Diretor comemora
"O dia em que dois cabras nascidos em cidades pequenas, cabras que desenvolvem seu ofício longe dos grandes centros produtores, cabras que acreditam apaixonadamente na criação e na empatia, dois cabras que sentiram de falar de amor meio ao ódio, tiveram sua história escolhida pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil no Oscar. Hoje a gratidão é enorme e é direcionada a muitas e muitos que me ajudaram a fazer esse filme, mas antes de tudo ela é direcionada ao Henrique.", comemorou Ally Muritiba nas redes sociais.
Desempenho frustrante
Nos últimos anos, o País não conseguiu emplacar nenhum filme como finalista. Especialistas e cineastas apontam algumas escolhas como o motivo do cinema brasileiro não ter conquistado a estatueta. Em 2016, o filme "Aquarius", de Kleber Mendonça Filho, era um dos favoritos à estatueta. Aclamado pela crítica nos festivais do mundo, ele acabou perdendo para "O Pequeno Segredo". Para o Oscar 2020, o mesmo diretor teve a candidatura frustrada com "Bacurau", vencedor do Júri no Festival de Cannes. "A Vida Invisível", o longa escolhido, novamente não emplacou.
Veja a lista os concorrentes:
Albânia: Three Lions Heading to Venice, Jonid Jorgji;
Alemanha: I'm Your Man, Maria Schrader;
Armênia: Should the Wind Drop, Nora Martirosyan;
Áustria: Great Freedom, Sebastian Meise;
Bulgária: Fear, Ivaylo Hristov;
Camboja: White Building, Kavich Neang;
Canadá: Drunken Birds, Ivan Grbovic;
Colômbia: Memória, Apichatpong Weerasethakul;
Croácia: Tereza37, Danilo Serbedzja;
Coreia do Sul: Escape from Mogadishu, Ryoo Seung-wan;
Equador: Submersible, Alfredo León León;
Eslováquia: 107 Mothers, Péter Kerekes;
Eslovênia: Sanremo, Miroslav Mandic;
Espanha: El Buen Patrón, Fernando Leon de Aranoa;
Finlândia: Compartment No. 6, Juho Kuosmanen;
França: Titane, Julia Ducorneau;
Geórgia: Brighton 4th, Levan Koguashvili;
Grécia: Digger, Georgis Grigorakis;
Holanda: Do Not Hesitate, Shariff Korver;
Hungria: Post Mortem, Péter Bergendy;
Irlanda: Shelter, Seán Breathnach;
Israel: Let There Be Morning, Eran Kolirin;
Japão: Drive My Car, Ryusuke Hamaguchi;
Kossovo: Hive, Blerta Basholli;
Macedônia do Norte: Sisterhood, Dina Duma;
Malawi: Fatsani: A Tale of Survival, Gift Sukez Sukali;
Malta: Luzzu, Alex Camilleri;
Marrocos: Casablanca Beats, Nabil Ayouch;
Peru: Powerful Chief, Henry Vallejo;
Polônia: Leave no Traces, Jan P. Matuszynski;
Quirguistão: Shambala, Artykpai Suyundukov;
República Checa: Zátopek, David Ondrícek;
Sérvia: Oasis, Ivan Ikic;
Somália: The Gravedigger's Wife, Khadar Ahmed;
Suíça: Olga, Elie Grappe;
Taiwan: The Falls, Chung Mong-hong;
Tunísia: Golden Butterfly, Abdelhamid Bouchnak;
Ucrânia: Bad Roads, Nataliia Vorozhbyt.