Após uma edição virtual em 2020, o Cine PE - Festival Audiovisual faz sua retomada presencial com programação realizada desta terça-feira (23) até a sexta (26). Será a primeira vez do evento no Teatro do Parque, equipamento recém-inaugurado que vem comportando vários festivais. Serão realizadas duas sessões todos os dias: às 14h, as mostras competitivas de curtas-metragens; às 19h, as competitivas de longas.
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Os ingressos serão distribuídos gratuitamente na bilheteria, duas horas antes do início das sessões. O teatro terá ocupação máxima de 400 pessoas. "Ter o público novamente é o que mais se espera, seja na dança, na música e também no cinema. A gente quer esse contato com o público que opina e tem efervescência. Apesar de menor, com certeza teremos um público com empatia e generosidade, como o momento pede", diz Sandra Bertini, diretora geral do Cine PE.
"A edição de 2020 foi um aprendizado para todos nós, que ainda estamos passando por um contexto de pandemia. Sempre é possível se reinventar. A gente não tinha ideia de que poderíamos fazer um festival dentro de uma TV e usamos os Canais Globo e a TV Pernambuco. Foi um insight sui generis e diferente, que possibilitou o festival com jurados", continua.
Além dos 30 curtas-metragens e da sessão especial com "Recife Assombrado", de Adriano Portela (PE), seis longas nacionais foram selecionados para a mostra competitiva mais desejada do evento. São eles:
Os documentários "Os ossos da saudade", de Marcos Pimentel (MG); "Ainda estou vivo", de André Bomfim (SP); e "Muribeca", de Alcione Ferreira e Camilo Soares (PE); e as ficções "Lima Barreto ao terceiro dia", de Luiz Antônio Pilar (RJ); "Receba!", de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna (BA); e "Deserto Particular", de Aly Muritiba (PR). Esse último, que foi premiado no Festival de Veneza 2021 e foi o escolhido para representar o Brasil na disputa por uma vaga na próxima edição do Oscar, terá estreia nacional no Cine PE.
Mesmo em um ano tão difícil para o setor audiovisual, 678 realizadores inscreveram suas produções. A curadoria foi de Edu Fernandes, crítico e programador do circuito Cine Materna, e Nayara Reynaud, crítica de cinema, repórter, criadora e editora-chefe do site cultural Nervos (SP). "Quando lançamos o regulamento, achávamos que teriam tão poucos filmes que colocamos até a possibilidade de reavaliar os filmes inscritos em outras edições, mas não houve essa necessidade. Existiam muitos filmes e com qualidade para estarem na grade", diz Sandra.
A diretora do evento ainda admite que existem dificuldades para realizar qualquer edição, mas que o atual contexto aumentou os desafios. "Foi extremamente difícil. Porque além dessa questão toda do nosso setor, com decisões difíceis na política pública, editais que nunca foram criados ou não tiveram continuidade, quantas empresas não fecharam no Brasil como um todo? É um momento muito difícil e é sempre muito difícil fazer um festival. Agora o desafio foi ainda maior. O importante é que vamos fazer o nosso", finaliza.
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