Jonathas de Andrade vai representar o Brasil na Bienal de Veneza
Artista alagoano radicado no Recife foi escolhido por buscar em seus trabalhos "a ideia de uma cultura autenticamente popular"
O artista alagoano radicado no Recife Jonathas de Andrade foi escolhido, pela Fundação Bienal de São Paulo, como representante do Brasil na próxima Bienal de Veneza. A exposição internacional de arte irá de abril a novembro de 2022.
"O artista Jonathas de Andrade busca em seus trabalhos a ideia de uma cultura autenticamente popular", justificou Jacopo Crivelli Visconti, curador da representação brasileira da bienal italiana de 2022. "O corpo, principalmente masculino, é o eixo norteador para abordar temas como o universo do trabalho e do trabalhador, e a identidade do sujeito contemporâneo, por meio de metáforas", concluiu o curador sobre a obra do artista, que em 2016 participou da Bienal de São Paulo com o trabalho O Peixe.
Ao comentar sua escolha para a Bienal de Veneza, Jonathas de Andrade declarou que está trabalhando em uma instalação inédita e falou: "O convite é uma surpresa e uma honra, mas, antes de tudo, um desafio pela responsabilidade diante do quadro de complexidades cruciais que o país enfrenta. Que a arte consiga traduzir o embaraço que é viver nos nossos tempos e que inspire sonhos que permitam desatar esses nós".
Museu do Homem do Nordeste
Um dos projetos mais conhecidos de Jonathas de Andrade, que tem 39 anos, é o conjunto de trabalhos chamado Museu do Homem do Nordeste, concebido como possível contraponto ao museu antropológico criado em 1979 pelo sociólogo Gilberto Freyre, na Zona Norte do Recife. Enquanto o museu original revisa a história colonial e a identidade da região a partir de uma reunião de artefatos e objetos históricos, o museu de Andrade desloca seu olhar para as pessoas, enfatizando as relações de poder e de classe entre elas na história.