MÚSICA E POESIA

Com festival De Repente Louro, São José do Egito celebra o cantador Louro do Pajeú

Evento foi aberto nesta quinta-feira (6) e vai até o domingo (9)

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JC

Publicado em 06/01/2022 às 23:16 | Atualizado em 06/01/2022 às 23:17
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Para comemorar o nascimento do poeta Lourival Batista – 6 de janeiro – está sendo realizado no Sítio Santa Helena, em São José do Egito, Sertão do Estado, o festival De Repente Louro. O evento foi aberto nesta quinta-feira (6) e vai até o domingo (9).

Com as conhecidas restrições impostas pela covid-19, o evento que sempre ocorre em praça pública e atrai uma multidão, teve de ser reestruturado. Por isso, aconteceu numa área privada, ao ar livre e com rígido controle de acesso. Só com a apresentação do comprovante de vacina, as pessoas são autorizadas a entrar na festa, que neste ano tem formato semelhante ao Festival Zeto: udistoque pajeuzeira, anualmente realizado em meados de julho.

LEO LEMOS/@LEOBLEMOS
Festival De Repente Louro - LEO LEMOS/@LEOBLEMOS

Outra característica do evento deste ano é a participação solidária. Com um mínimo de patrocínio, que garantiu apenas a infraestrutura básica, a exemplo de som e iluminação, o De Repente Louro, só foi possível porque os artistas se prontificaram a se apresentarem sem recebimento de cachê. Atração à parte é a presença da conhecida Rural, de Roger de Renor e Niltinho.

Organizadora do festival, a cantora Bia Marinho, filha do homenageado, revela o reconhecimento e o carinho do povo pelo poeta. “A festa só está acontecendo por conta do apoio dos amigos, que louvam a contribuição de Louro para a poesia e o Pajeú”. E acrescenta: “Aqui não vale a história de que santo de casa não faz milagre. Louro é idolatrado pelas pessoas.”

Também organizador da homenagem, o poeta Antônio Marinho – do grupo Em Canto e Poesia – destaca um dos objetivos do evento, que é ao mesmo tempo revisitar o passado e abrir perspectivas para continuidade da produção poética. “Não tem sentido ficar só louvando o passado, como não tem sentido achar que está se fazendo uma coisa sem passado. O festival cumpre o papel de ponte entre a tradição e a contemporaneidade”, arremata Marinho.

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Antônio Marinho e Bia Marinho - LEO LEMOS/@LEOBLEMOS

Na abertura, nesta quinta-feira (6), aconteceu o lançamento do livro O Aventureiro e o Boêmio – sobre Lourival e Pinto do Monteiro – , de autoria de Marcos Nunes Costa e Raimundo Patriota, que é filho de Louro. Ocorreu ainda mesa de glosas, cantoria de duas duplas de violeiros, dos grupos As Severinas e Em Canto e Poesia, do sanfoneiro Douglas Silva, do cantor Val Patriota e da cantora Bia Marinho.

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"O Aventureiro e o Boêmio" , de autoria de Marcos Nunes Costa e Raimundo Patriota - LEO LEMOS/@LEOBLEMOS

Nessa sexta-feira (8), o poeta Eugenio Jerônimo faz recital e o cantor Zé Linaldo lança o CD Um Pé de Tempo. Durante os outros, dias diversos artistas, que vão aderindo ao festival, passarão pelo palco.

Louro do Pajeú

Lourival Batista Patriota (Louro do Pajeú) nasceu em São José do Egito em 1915 e faleceu em 1992. Considerado um dos maiores repentistas da história protagonizou célebres pelejas com outro ícone da cantoria de viola, o paraibano Pinto do Monteiro.

 

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