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Livraria Cultura fecha última unidade no Recife após 18 anos

Com última unidade no RioMar Recife, a livraria agora conta com 4 lojas no País

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Bruno Vinicius

Publicado em 01/02/2022 às 14:08 | Atualizado em 01/02/2022 às 17:20
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Fruto das transformações e uma crise de modelos no mercado editorial, a Livraria Cultura fechou sua última unidade no Recife. Em comunicado nas redes sociais, a rede anunciou o fechamento da loja do RioMar Recife, nesta terça-feira (1), após 18 anos na Capital Pernambucana. Desde 2015, o grupo enfrenta uma grave crise financeira, fechando lojas, renegociando dívidas com o setor livreiro e num processo de recuperação judicial há três anos.

"Viemos comunicar o encerramento das atividades da nossa filial do shopping Recife Riomar. No entanto, a nossa relação não acaba por aqui. Ainda queremos proporcionar a você experiências que transformam. Por isso, continue conosco através do nosso site e redes sociais", disse a nota da loja localizada no Recife.

Os comunicados de fechamento de lojas do grupo se tornaram rotineiros. Com uma profunda crise do mercado editorial, sobretudo das grandes livrarias, a Cultura foi uma das atingidas. A rede pediu sua primeira recuperação judicial há quase quatro anos, quando suas dívidas já acumulavam R$ 285 milhões. Como plano de expansão de negócios, chegou a comprar e a vender a Estante Virtual - o maior sebo virtual brasileiro - em um valor de R$ 44 milhões.

Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, em julho passado, o presidente Sergio Herz apontou que duas iniciativas ajudariam na expansão dos negócios durante a pandemia: um sistema que faz o pagamento aos fornecedores instante da venda do livro e a implementação de um clube de assinaturas de R$ 14,90 por mês.

O número de lojas também foi reduzido, impactando inclusive no Recife. A rede já chegou a ter 15 unidades espalhadas no País e, após a recuperação, teve uma redução para cinco unidades. Restavam apenas três unidades em São Paulo, uma em Porto Alegre e outra no Recife. Sendo esta a última fechada pela Cultura.

 

Crise no setor

A crise aprofundada na Cultura e também na Saraiva, sua principal concorrente, mostra uma mudança no mercado livreiro. O avanço de e-commerces, como a Amazon e a Magalu, fizeram as vendas digitais de livros dispararem nos últimos anos, sobretudo na pandemia. Segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) foram vendidos 49,6 milhões de livros, com receita de R$ 2 bilhões, em 2021. Isso mostra um crescimento de 32,7% em volume e de 31,3% em faturamento em relação a 2020.

Parte das vendas é corresponde ao digital. Quando se fala em participação em mercado, as livrarias físicas responsáveis por 41,6% das vendas de produções literárias em 2019, mas em 2020 esse número caiu para apenas 30,3%. Quando se trata das vendas digitais, houve um crescimento de 84% no mesmo período.

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