Exposição 'Recife de Van Gogh' traz obras inéditas no aniversário da Cidade
Morando há 13 anos na Capital Pernambucana, a venezuelana Gisele Carvallo tem sua leitura sobre o Recife exposta em 40 fotografias
Prestes a completar 485 anos, Recife tem quase cinco décadas de histórias contadas a partir de múltiplos ângulos. O olhar estrangeiro sempre esteve atento à cidade - seja pelo próprio processo de colonização, seja pelas fluxos migratórios contemporâneos que a acompanham. Morando há 13 anos na Capital Pernambucana, a venezuelana Gisele Carvallo tem sua própria leitura sobre o Recife. Com o olhar artístico, a fotógrafa lança sua exposição "O Recife de Van Gogh", trazendo ao público os movimentos da cidade a partir da arte, natureza, poesia e cotidiano das pessoas em 40 obras.
O evento, que reúne fotografias de diversos ângulos para a Capital, também marca a abertura da Galeria 180Arts, localizada no número 207 da Rua da Guia, no Bairro do Recife. A mostra fica aberta ao público até o dia 20 de abril, com visitação das 10h às 19h, de forma gratuita. Não precisa de agendamento prévio, porém é necessário o comprovante vacinal contra a covid-19 na entrada.
"Tem uma pequena conexão, porque Van Gogh era holandês e a gente tem um Recife que tem influência holandesa. Mas a conexão maior é porque sou apaixonada pela obra de Van Gogh e eu gosto muito da cidade do Recife, meio que quis juntar duas paixões. Conhecendo a obra dele, eu comecei a ver um pouco dele no cotidiano da cidade, nas ruas e nas paisagens do Recife", explica Gisele Carvallo, que faz a ponte entre o Recife e o artista holandês.
Segundo Giselle, o público pode se surpreender com a observação de olhares diferentes sobre o cotidiano recifense. "Esperamos que as pessoas consigam enxergar a poesia nas coisas simples da cidade, naturezas-mortas, tipos humanos, nas paisagens que passam despercebidas ao olhar apressado do cotidiano", conta a fotógrafa.
"Eu acho que essa surpresa de um Recife mais poético, um Recife que passa muitas vezes passa despercebido pelas pessoas, porque elas já estão acostumadas a observar as coisas da mesma maneira. Esse olhar de uma pessoa de fora tem uma outra forma. Eu sou da Venezuela, já faz 13 anos que eu moro aqui. Eu adoro o Recife, eu digo que sou uma recifense de coração. Eu adoro as expressões daqui, os sons daqui. E é uma coisa que Van Gogh também gostava das cidades ensolaradas, porque as cores eram muito mágicas", comenta a autora.
Fotografias
Algumas fotos foram criadas e outras foram feitas espontaneamente. Um bom exemplo é a de um pescador em um barco amarelo, fazendo contraste às cores do Rio Capibaribe. "Foram fotos que eu criei e outras que foram feitas espontaneamente. Eu sempre gostei muito de fotografar ruas, com cenas bem vivas, em azul e amarelo sempre me chamaram atenção. O que é bem característico de Van Gogh, uma paleta de cores bem suave, bem iluminada e cores intensas. A poesia do cotidiano e a poesia das coisas simples, que são elementos que gosto muito e são característicos das obras de Van Gogh", aponta Gisele.
"A exposição traz imagens esperançosas, de esplendor e de luz. Conceito contrastante com o estilo pessoal do artista, num tempo em que a imagem se tornou sua religião, em tempos sombrios. E eis que a mostra sugere ideias. Basta contemplar a paisagem fora da galeria", aponta o curador Emerson Pontes.
SERVIÇO:
Abertura: 11 de março, a partir das 19h
Período de cartaz: 12 de março a 20 de abril, das 10h às 19h
Entrada: gratuita
Onde: Galeria 180Arts, Rua da Guia, 207, Bairro do Recife
Mais Informações: (81) 9 8131.4937