MÚSICA

Ave Sangria homenageia todos integrantes falecidos em show: 'Continuam no nosso DNA'

Além de Paulo Rafael, banda presta homenagem a Ivinho (guitarra solo), Agrício "Juliano" Noya (percussão) e Israel Semente (bateria), membros-fundadores da banda psicodélica, no Teatro do Parque

Imagem do autor
Cadastrado por

Emannuel Bento

Publicado em 20/05/2022 às 15:02 | Atualizado em 20/05/2022 às 17:09
Notícia
X

A banda Ave Sangria sobe pela primeira vez aos palcos desde a morte do guitarrista e membro-fundador Paulo Rafael (1955-2021) neste domingo (22), às 18h, no Teatro do Parque - que é um dos primeiros lugares onde a banda tocou, ainda nos anos 1970.

O show, que tem ingressos à venda no Sympla, surgiu como uma homenagem a Paulinho (como o músico era chamado entre amigos) ainda numa espécie de "calor do momento". 

O tempo, no entanto, fez Marco Polo e Almir de Oliveira, únicos integrantes vivos da formação original, pensarem que o show merecia ser uma homenagem a todos os outros músicos que se foram: Ivinho (guitarra solo), Agrício "Juliano" Noya (percussão) e Israel Semente (bateria).

"Caímos na real. Todos os quatro que se foram continuam com a gente no DNA. Mas num primeiro momento, estávamos no impacto da morte dele. Paulinho merece demais", diz o músico e jornalista Marco Polo Guimarães.

ACERVO
PSICODELIA Ave Sangria nos anos 1970 - ACERVO

"Dá um vácuo no coração", resume Marco, ao tentar descrever o retorno aos palcos pós-pandemia sem Paulo Rafael, que foi por décadas o grande guitarrista de Alceu Valença.

"É uma tristeza danada, mas ele, se pudesse opinar, diria: 'sigam em frente'. Não vamos esmaecer por conta disso. Já passamos por tantas coisas ruins nas nossas vidas: enfrentamos a ditadura, a proibição do disco e agora temos esse momento político terrível. É isso mesmo. Nascemos para peitar as adversidades."

O repertório do show irá mesclar músicas do álbum homônimo, proibido pela ditadura militar em 1974, e do "Vendavais" (2019).

Os dois veteranos são acompanhados por Juliano Holanda (baixo), Gilú Amaral (percussão), Júnior do Jarro (bateria) e Breno Lira, que assume a guitarra. "São quatro jovens, cada um com seu trabalho autoral, mas que vestem a camisa do Ave Sangria quando sobem no palco", diz Marco Polo.

O vocalista ressalta que Teatro do Parque também foi o primeiro teatro onde a banda fez show, ainda quando o nome do grupo era Tamarineira Village. "O primeiro foi em Fazenda Nova, o segundo num lugar chamado Beco do Barato, que ficava na Conde da Boa Vista, era um point da galera alternativa. Então, existe uma ligação emotiva muito forte. É uma alegria, uma felicidade voltar ao Parque".

Para os próximos meses, a Ave Sangria continuará realizando a turnê do álbum "Vendavais", que teve agenda interrompida pela pandemia. Marco Polo também revela que o terceiro disco do grupo já está sendo pensado. "O repertório está sendo escalado. A maioria é inédita, tem umas duas ou três feitas antigamente", adianta.

SERVIÇO
Ave Sangria no Teatro do Parque
Quando: domingo (22), às 18h
Quanto: R$ 35 (meia-entrada) e R$ 70 (inteira), à venda no Sympla
Informações: (81) 98916-2577

Tags

Autor