CULTURA POPULAR

Morre Mestre Luiz Paixão, importante rabequeiro de Pernambuco, aos 73 anos

Agraciado por importantes prêmios nacionais, músico da cultura popular da Zona da Mata faleceu por complicações de um câncer de próstata

Imagem do autor
Cadastrado por

Emannuel Bento

Publicado em 22/05/2022 às 16:47 | Atualizado em 22/05/2022 às 21:41
Notícia
X

Morreu neste sábado (21), aos 73 anos, o Mestre Luiz Paixão, importante rabequeiro de Pernambuco. O artista da cultura popular faleceu de complicações causadas por um câncer de próstata com metástase.

Ele estava internado no Hospital do Câncer de Pernambuco, no Centro do Recife, desde abril, quando recebeu o diagnóstico da doença.

O velório foi realizado neste domingo (22), na casa em que ele morava em Condado, Zona da Mata Norte de Pernambuco. Já o enterro ocorreu no Cemitério de Tupaoca, em Aliança, sua terra natal.

Em vida, Luiz Alves Ferreira se destacou pela criatividade, talento e experiência com a rabeca. Recebeu prêmios nacionais, como o Prêmio FUNARTE- Interações estéticas (2009, 2010 e 2012), Prêmio Mestre Griô - Ministério da Cultura (2009), Projeto Pixinguinha- FUNARTE (2008) e Mapeamento Rumos do Itaú Cultural (2008).

Participou de álbuns da banda Mestre Ambrósio, da cirandeira Lia de Itamaracá e dos músicos Lula Queiroga e Cláudio Rabeca - esse segundo também especializado no instrumento.

Em nota, a Secretaria Estadual de Cultura (Secult) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) lamentaram a morte do mestre rabequeiro e afirmaram que ele "deixa uma obra significativa para a música e a cultura popular do Estado".

As instituições declaram, no texto, que Luiz Paixão "foi responsável e inspirou muitos jovens que hoje tocam o instrumento".

COSTA NETO/FUNDARPE
CULTURA POPULAR Mestre Luiz Paixão, rabequeiro de Pernambuco, faleceu neste sábado (21) - COSTA NETO/FUNDARPE
COSTA NETO/FUNDARPE
CULTURA POPULAR Mestre Luiz Paixão, rabequeiro de Pernambuco, faleceu neste sábado (21) - COSTA NETO/FUNDARPE

Nascido em Aliança, ainda na infância passou a morar em Condado, também na Zona da Mata. Começou a trabalhar no corte de cana aos oito anos de idade ajudando o pai, Odilon Paixão.

A árvore genealógica do mestre já se destacava pela presença de ilustres rabequeiros, a exemplo do seu avô, Manoel Alves, além de tios e primos. Por isso, Luiz conheceu cedo o instrumento. Aos 10 anos já se dedicava a ensaiar, de forma escondida.

O primeiro CD da sua carreira, lançado em 2005, recebeu o título "Pimenta com Pitu". No projeto, ele expandiu a sonoridade da rabeca dentro do forró, do cavalo marinho e do coco de roda

Luiz Paixão já representou o Brasil em eventos como o Congresso de Etnomusicologia, na Flórida (EUA- 1999), a convite de Jonh Murphy, etnomusicólogo da Columbia University. Participou do Encontro da Rabeca, Violino e Orocongo no Sesc Ipiranga (São Paulo- 1998), a convite do músico Antônio Nóbrega.

Em nota, a Secretaria Estadual de Cultura (Secult) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) lamentaram a morte do mestre rabequeiro e afirmaram que ele "deixa uma obra significativa para a música e a cultura popular do Estado".

As instituições declaram, no texto, que Luiz Paixão "foi responsável e inspirou muitos jovens que hoje tocam o instrumento".


Tags

Autor