Exposição no Recife explora relação da cidade com águas e morros

A relação dos Recifes com suas águas e morros ganha exposição própria

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Emannuel Bento

Publicado em 07/07/2022 às 12:26
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Os multi-artistas Tacio Russo e Milla Serejo estreiam sua primeira exposição juntos nesta sexta-feira (8), a partir das 17h, no Museu Murillo La Greca, na Parnamirim, Zona Norte do Recife. "Correnteza/Labirinto" é fruto de uma constante observação sobre a cidade do Recife, que eles vivem cotidianamente: ora na periferia, ora no centro.

O espaço público é a principal inspiração para as manifestações artísticas de Tacio e Milla. Juntos, eles compõem o Laboratório Labirinto que realiza pesquisas e intervenções urbanas em diferentes linguagens, principalmente na zona norte e centro do Recife e é daí que a exposição começa a ser desenhada.

A exposição traz alguns dos contrapontos do Recife, uma cidade que é construída em torno de rios e que ao mesmo tempo tem suas áreas mais altas mais vulneráveis às águas da chuva todos os anos.

"Quando a gente começou a pensar a exposição a gente tava naquela época das enchentes, muita chuva, aquele caos e a gente começou a pensar que a gente mora em Periferia, eu morei muito tempo da minha vida em favela, em barreira, e também sinto o medo do desmoronamento, do incerto, da chuva em si", diz Tácio.

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EXPOSIÇÃO "Correnteza/Labirinto", de Tacio Russo e Milla Serejo, entra em cartaz no Murillo La Greca - DIVULGAÇÃO

"Mas também dentro de pensar o espaço público, como a gente é de recife, o rio Beberibe, os afluentes do Beberibe e o próprio Capibaribe são bem presentes na nossa pesquisa. Discutir a cidade, e discutir essas águas são coisas que acontecem em paralelo. Ao mesmo tempo que a gente discute esse concreto, esses prédios, essas pedras da cidade, a gente também tá discutindo a fluidez, essa força líquida dos rios. Esse é o grande contraponto da exposição", conclui.

A exposição é formada por diversos formatos de linguagens como instalações artísticas, arte sonora e gravura. Esse foi um desafio que os artistas se colocaram e agora expõem para o público.

"Quando a gente começou a pensar que formas essa exposição tomaria, a gente percebeu que queria que ela fosse muito múltipla em linguagem. A gente percebeu que tem um trabalho no laboratório labirinto muito reconhecido na área de arte urbana, principalmente na linguagem do lambe lambe, mas a gente quis se por ao desafio de criar outras coisas em outros formatos, que é algo que a gente já vinha investigando", diz Milla.

"Correnteza/Labirinto" conta com o apoio do Fundo de Apoio Livre da AMECICLO e do Coletivo Massapê. A abertura da exposição conta com a apresentação do músico Guilherme Assis e também com o lançamento das publicações, o manual pequenas-quase-micro resistências ao cotidiano (Tacio Russo) e a carta “fazer amizade com o território, ter a cidade como amante” (Milla Serejo). A visitação é gratuita.

Artista integram o Laboratório Labirinto

O Laboratório Labirinto surge pela necessidade dos artistas Milla Serejo e Tacio Russo de desenvolverem suas pesquisas que conversam entre arte, educação e o espaço urbano.

O lab se propõe a ser um canal aberto de troca de conhecimentos e realizações coletivas de ações artísticas que tenham a cidade como motriz principal. Atuando através de práticas artísticas que possam se desdobrar em micro e macro ações que interfiram no cotidiano urbano.

O Labirinto é enveredado por diversas linguagens artísticas, e também por diversas pessoas que podem participar das aberturas de processos em formatos de oficinas e laboratórios, além da produção artística em texto, vídeo, intervenções urbanas, fotos e etc que fomentam os canais de disseminação do Lab.

SERVIÇO
Exposição Correnteza/Labirinto de Tacio Russo e Milla Serejo
Onde: Museu Murillo de La Greca (R. Leonardo Bezerra Cavalcante, 366, Parnamirim)
Abertura: 8 de julho, das 17h às 21h
Visitação: 8 de julho a 19 de agosto, das 10h às 17h (terça-feira as sextas-feiras)

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