JÔ SOARES foi ator, dramaturgo, roteirista, jornalista e escritor. Relembre trajetória do artista
Jô Soares foi um multifacetado que levou a irreverência para todos os âmbitos do seu trabalho
"Tudo o que fiz e tudo o que faço sempre tem como base o humor. Desde que nasci, desde sempre", costumava dizer Jô Soares, artista multifacetado que levou a irreverência para todos os âmbitos do seu trabalho.
Jô, que faleceu nesta sexta-feira (5), aos 84 anos, acumulou experiências como ator, no teatro, no cinema e na TV, também sendo dramaturgo, roteirista e diretor. Logo também se destacou como jornalista e escritor, se arriscando até como artista plásticos. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Quem foi Jô Soares
Filho do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e de Mercedes Leal Soares, José Eugênio Soares se tornou poliglota ao morar na Europa desde os 12 anos.
Sua estreia como artista foi com o papel de um americano em "O Homem do Sputnik", filme de Carlos Manga estrelado por Oscarito, em 1958.
Estreou na TV como humorista, no elenco da "Praça da Alegria", na RecordTV, onde passou dez anos. Atuou no programas "Família Trapo", "Faça Humor" e "Não Faça Guerra", que marcou sua estreia na TV Globo. Também passou pelas emissoras Continental, Rio, Tupi e Excelsior.
Jô Soares ganhou o seu próprio programa apenas em 1981, o "Viva o Gordo". O título veio do show "Viva o Gordo e Abaixo o Regime!", um grande sucesso do teatro no qual o humorista fazia críticas veladas à ditadura.
"O meu humor tem sempre um fundo político, sempre tem uma observação do cotidiano do Brasil. Os meus personagens são muito mais baseados no lado psicológico e no social do que na caricatura pura e simples. Eu nunca fiz um personagem necessariamente gordo. Eles são gordos porque eu sou gordo", disse Jô ao projeto Memória Globo.
Personagens marcantes de Jô Soares
Entre os personagens marcantes que viveu nessa época, estão o Reizinho, uma sátira à situação política do país; o Capitão Gay, super-herói homossexual que usava um uniforme cor de rosa e andava sempre acompanhado de seu ajudante Carlos Sueli (Eliezer Motta); e o Zé da Galera, que ligava para o técnico da seleção brasileira de futebol e pedia “Bota ponta, Telê!".
Seis anos depois, deixou a Globo para apresentar "Jô Soares Onze e Meia", seu próprio programa, inspirado nos talk-shows americanos, no SBT, o que era um seu sonho de muito anos. De volta à emissora em 2000, comandou por 16 anos o "Programa do Jô", que foi o seu último trabalho na televisão.
Em dezembro de 2017, Jô Soares lançou o primeiro volume de sua biografia "O Livro de Jô – Uma autobiografia desautorizada". O volume 2 foi publicado no ano seguinte.