CINEMA

Filme que traz Cauã Reymond como dom Pedro I tem pré-estreia no Recife; diretora participa de debate

"A Viagem de Pedro", drama histórico de Laís Bodanzky, desconstrói a imagem de herói do monarca em momento frágil de sua vida

Emannuel Bento
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Emannuel Bento
Publicado em 30/08/2022 às 13:12 | Atualizado em 30/08/2022 às 19:15
FABIO BRAGA/DIVULGAÇÃO
CINEMA "A Viagem de Pedro", de Laís Bodanzky, traz Cauã Reymond no papel de um Dom Pedro I complexo - FOTO: FABIO BRAGA/DIVULGAÇÃO
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O filme "A Viagem de Pedro", que traz o ator Cauã Reymond vivendo dom Pedro I, será exibido no Cineteatro do Parque, Centro do Recife, nesta quarta-feira (30), às 19h. Os ingressos serão vendidos a partir de 18h na bilheteria — custam R$ 10, inteira, ou R$ 5, meia-entrada, apenas em dinheiro.

O longa-metragem é o primeiro drama histórico dirigido por Laís Bodanzky ("Bicho de Sete Cabeças" e "Como Nossos Pais"),que estará presente à sessão e depois participará de debate com o professor da UFPE Alexandro Jesus, sob mediação de Rafael Nascimento.

"A Viagem de Pedro" estreia nos cinemas na quinta-feira (1° de setembro), às vésperas do bicentenário da Independência. A produção aborda a vida privada de dom Pedro I, no momento em que o ex-imperador retorna para Portugal, em 1831, fugindo de ser apedrejado pelos brasileiros, nove anos depois de proclamar a Independência do Brasil.

A viagem descontrói a imagem de herói do monarca, responsável por tornar o Brasil um país continental às custas de muita opressão.

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CINEMA "A Viagem de Pedro", de Laís Bodanzky, traz Cauã Reymond no papel de um Dom Pedro I complexo - FABIO BRAGA/DIVULGAÇÃO
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CINEMA "A Viagem de Pedro", de Laís Bodanzky, traz Cauã Reymond no papel de um Dom Pedro I complexo - FABIO BRAGA/DIVULGAÇÃO
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CINEMA "A Viagem de Pedro", de Laís Bodanzky, traz Cauã Reymond no papel de um Dom Pedro I complexo - FABIO BRAGA/DIVULGAÇÃO

Além de abordar questões importantes de gênero e raça neste contexto, a leitura do episódio histórico pela perspectiva de Laís Bodanzky chega em um momento oportuno — quando o coração de dom Pedro I está no Brasil para celebrar os 200 anos da Independência.

"O governo atual flerta com ideais militares. Pedir o coração emprestado é uma forma ufanista e superficial de comemorar os 200 anos de uma independência que, de fato, nunca aconteceu. Podemos não ser mais colônia de Portugal, mas ainda somos uma colônia", diz a diretora, em comunicado.

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CINEMA "A Viagem de Pedro", de Laís Bodanzky, traz Cauã Reymond no papel de um Dom Pedro I complexo - FABIO BRAGA/DIVULGAÇÃO
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CINEMA "A Viagem de Pedro", de Laís Bodanzky, traz Cauã Reymond no papel de um Dom Pedro I complexo - FABIO BRAGA/DIVULGAÇÃO

O filme estreou mundialmente no Brasil na 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e foi exibido no 23º Festival do Rio, onde conquistou o Troféu Redentor de melhor ator coadjuvante (Sergio Laurentino) e de melhor direção de ficção (Laís Bodanzky).

Em Portugal, foi lançado em maio nos cinemas, além de ter sido exibido no 19º Indie Lisboa — Festival Internacional de Cinema, no mesmo mês. Em junho, o longa-metragem venceu o prêmio de melhor filme da América no Septimius Awards, em Amsterdã, foi exibido no Brooklyn Film Festival, em Nova Iorque, participou do Latin American Film Festival, em Copenhagen, e teve uma exibição gratuita na USP, em São Paulo, seguida de debate com a diretora.

Com produção da Biônica Filmes, Buriti Filmes e O Som e a Fúria (Portugal), em coprodução com a Globo Filmes, "A Viagem de Pedro", foi produzido por Bianca Villar, Cauã Reymond, Fernando Fraiha, Karen Castanho, Laís Bodanzky, Luiz Bolognesi, Luis Urbano e Mario Canivello.

Oscar

A Viagem de Pedro foi anunciado, ontem, entre seis longas pré-selecionados para representar o Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional, antiga categoria de Melhor Estrangeiro do Oscar. A seleção foi feita pelo Comitê Brasileiro de Seleção do Oscar 2023.

De uma lista de 28 inscritos, foram selecionados também: A Mãe, de Cristiano Burlan, que rendeu um Kikito para a atriz paraibana Marcélia Cartaxo, no Festival de Gramado, ainda sem data de chegar aos cinemas; Carvão, de Carolina Markowicz, com Maeve Jinkings no elenco, previsto para estrear só em 2023; Marte Um, de Gabriel Martins, atualmente em cartaz; Pacificado, de Paxton Winters, que entrou em distribuição neste mês de agosto, e Paloma, do pernambucano Marcelo Gomes, que deve chegar aos cinemas ainda neste semestre.

O representante brasileiro de fato será definido na próxima segunda-feira, dia 5 de setembro.

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais formou a Comissão de Seleção com 25 membros, que se reuniram de forma online.

Pelas regras da Academia de Hollywood, a data final dos inscritos para todas as categorias do Oscar é 15 de novembro. Quase no final do ano, em 21 de dezembro, será anunciada uma lista prévia de finalistas. O anúncio definitivo dos postulantes ao Oscar será feito no dia 24 de janeiro de 2023, e a cerimônia está marcada para o domingo 12 de março, em Los Angeles

Para a última disputa, o Brasil indicou Deserto Particular, de Aly Muritiba, que não foi selecionado pela Academia de Hollywood. O ganhador foi o japonês Drive My Car, de Ryusuke Hamaguchi.

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