Um dos espetáculos mais tradicionais do ciclo natalino, o Baile do Menino Deus retorna ao Marco Zero do Recife neste final de semana, com sessões ao livre da sexta-feira (23) ao domingo (25), sempre às 20h.
Foram dois anos de hiato por conta da pandemia, quando a apresentação precisou se adaptar ao audiovisual - primeiro num teatro filmado, em 2020, e depois com um filme, em 2021. Pela primeira vez, o evento vai contar com um telão ao vivo para que o público possa ver mais detalhes de cada momento.
Para o retorno presencial, várias mudanças foram idealizadas pelo diretor Ronaldo Correia de Brito com auxílio de Cibele Forjaz, premiada diretora do teatro paulista, convidada para ser a encenadora da edição. A produção é de Carla Valença, da Relicário.
Entre as novidades está a orquestra, que sai do fosso e ocupa o palco, com músicos conhecidos por suas trajetórias solos. Duas passarelas atravessam a plateia, permitindo a passagem de músicos, bailarinos e atores pelo meio do público, num diálogo mais próximo com as pessoas.
"O palco também cresceu e até uma ponte, que lembra a nossa cidade do Recife, foi incorporada ao cenário", diz Ronaldo Correia de Brito.
"Já faz um tempo que vínhamos pensando em como aproximar mais o palco do público. O músico é um artista muito importante nessa tentativa, por isso tiramos a orquestra do fosso. Muita gente sequer sabia que tínhamos essa orquestra. Convidamos músicos que possuem carreira solo, então essa não é uma orquestra montada."
Baile mais contemporâneo
Outra mudança está na dança. "Antes, tínhamos um corpo de de dança composto por artistas populares, mas abrimos uma nova audição e selecionamos artistas de formações clássicas, contemporâneas, modernas, além das populares", continua o diretor.
Cibele Forjaz, encenadora convidada deste ano, vem justamente para aprofundar esse olhar contemporâneo do popular - o Baile é baseado na Trilogia das Festas Brasileiras, uma série de peças que retratam as manifestações populares nordestinas, incluindo Bandeira de São João e Arlequim de carnaval.
"Desejo trabalhar o encontro entre a grande tradição das culturas populares com outras formas do teatro contemporâneo. Ronaldo é um grande conhecedor deste estilo com foco nas visualidades e na parte performática com uma participação da plateia", explica Cibele.
As novas vozes do Baile
Novas vozes se somam ao elenco cantando as músicas da trilha, tendo como solistas confirmados os músicos e cantores pernambucanos Lucas dos Prazeres, Bela Maria, Adiel Luna e ainda o músico mineiro Maurício Tizumba como convidado especial.
Como participantes do musical, nomes já conhecidos da cena pernambucana, como Silvério Pessoa, Isadora Melo, Carlos Filho, Márcio Fecher, Arilson Lopes e Sóstenes Vidal, que interpreta o Mateus há 19 anos.
A nova edição do Baile ainda traz as crianças do coro infantil agora atuando juntas ao Mateus, e não apenas cantando como anteriormente.
"Todo o elenco de atores, cantores, músicos, bailarinos estará mais junto ao público. José e Maria até participam da celebração do nascimento, em meio aos músicos e cantores”, completa o diretor Ronaldo.
Comentários